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Comerciantes pedem que albergue seja retirado do Centro de Pouso Alegre

Pessoas em situação de rua passam parte do dia em praça perto do albergue. Imagem enviada ao Terra do Mandu.

Empresários e população pedem que a prefeitura retire o albergue municipal do Centro, devido a frequentes crimes e vandalismos causados por pessoas em situação de rua. Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindipa), os furtos a comércios aumentaram 15% em 2024, ano que o albergue foi transferido para a região central. Os dados analisaram registros da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.

O Terra do Mandu conversou com comerciantes da Avenida Perimetral, perto do albergue. Eles não quiseram se identificar, por medo e insegurança. “Minha loja já foi furtada cinco vezes em 2024. Eu já fui ameaçado e tenho medo do que pode acontecer”, conta um deles. A loja investiu em vigilantes, para evitar novos crimes.

O albergue fica ao lado da Praça CEU, local de atividades culturais, esportivas e lazer e perto de uma quadra e parque. Na manhã desta quinta-feira (9/1), a reportagem constatou o balanço do parque e objetos incendiados. O local estava com lixo, cobertores, objetos e pedaços de madeira espalhados por toda parte.

Nem o condomínio Residencial Freitas e a vizinhança, que ficam perto da rodoviária, escapam de crimes. Câmeras de segurança flagraram um incêndio em uma barraca armada no beco dos fundos do condomínio, nesta quarta-feira (8/1). Instantes antes, as imagens mostram duas pessoas em situação de rua. Um morador já teve bicicleta furtada e o comércio ao redor também sofreu furtos consecutivos desde o último ano.

Para o Sindipa, comerciantes e moradores que falaram com a reportagem, a vinda do albergue para o Centro tem relação com o aumento da criminalidade. Eles tem um pedido, a mudança do local para outra região.

Resposta da prefeitura

A prefeitura respondeu em nota, ao Terra do Mandu, que adota ações para aprimorar as condições de segurança na cidade. Entre elas, a criação do Centro Integrado de Defesa Civil e Social que dá suporte às forças de segurança.

Ela alega que a obra e local do albergue – Centro Municipal de Acolhimento Provisório de Adultos (CEMAPA) – foram definidos em 2019, isto é, na gestão anterior, mas a atual gestão está avaliando relocar o projeto para outro espaço.

“Também ficou definido que o Sindipa será responsável por reunir mais representantes de outras entidades e marcar uma nova reunião com a Administração Municipal para planejarem uma ação conjunta.”

O município admitiu os problemas de segurança na cidade. “Representantes da Prefeitura se reuniram com a Polícia Militar em busca de soluções conjuntas para fortalecer a segurança. Durante a reunião, foi acordado que a Polícia Militar ampliará as rondas ostensivas no período noturno, priorizando áreas já diagnosticadas como necessitadas de reforço no policiamento.”