A Polícia Civil realizou buscas nesta quarta-feira (16/10), na casa do homem que está sendo investigado por maus-tratos em Piranguinho, no Sul de Minas. A polícia encontrou o corpo de um cachorro enterrado a 3 km da casa do homem, de 60 anos.
A investigação começou depois de vídeo ser divulgado nas redes sociais, que mostra o homem em uma carroça, onde o cão estava amarrado, sendo arrastado, o que levou o animal à morte. O crime teria acontecido no dia 12 de outubro, no bairro rural Bom Retiro.
De acordo com a Polícia Civil, a equipe da Delegacia em Piranguinho apurou o ocorrido e solicitou os mandados de busca e de prisão. A Justiça concedeu a autorização para as buscas que foram cumpridas com o apoio da Delegacia Regional em Itajubá.
Já o mandado de prisão não foi concedido e o homem segue solto. Ainda segundo a polícia, as investigações continuam para apurar todos os fatos e possíveis envolvimentos em outros casos de maus tratos. A polícia confirmou que o homem já tem histórico de cometer crimes contra animais.
Investigado não está preso
O caso tem gerado revolta da população, que pede a prisão do homem pelas redes sociais. O Investigador Cassio Poiani e a Escrivã Débora Moura gravaram um vídeo explicando a ação e as buscas, além de comentarem por que o homem não está preso.
“Na prisão não foi deferida no primeiro momento, mas a gente vai continuar anexando provas, buscando outros elementos, porque a gente tem conhecimento testemunhal, que não é a primeira vez que o autor pratica crime de maus-tratos. Ele já tem histórico”, disse a Escrivã.
“Nós tomamos conhecimento do clamor social, a resposta que a sociedade estava pedindo, mas infelizmente a gente não poderia dar uma resposta naquele momento. Na própria segunda-feira não tinha como, porque a gente trabalha com inteligência, nós precisamos de provas concretas. Então a gente anexou as diligências inicias para chegar até o pedido do mandado de busca e apreensão. Seria uma irresponsabilidade da nossa parte, se na própria segunda-feira, a gente já começasse a agir conforme o clamor social”, completou Débora Moura.
Homem falou com a PM
Após receber denúncia, a Polícia Militar identificou o suspeito e foi até a casa dele um dia após o crime. Para os policiais, o homem disse que o cachorro havia invadido sua residência dias antes, causando a morte de cerca de 11 galinhas.
Ele ainda alegou que foi à procura do dono do animal, mas foi informado que o cachorro havia sido abandonado naquele local. Uma pessoa teria dito a ele que o proprietário do cão seria um morador do bairro Teodoros, e com isso, ele disse que a intenção era levar o cachorro de volta e responsabilizar o dono pela morte das galinhas.
Ainda para a polícia o homem informou que tentou colocar o cachorro na carroça, mas que o animal tentou mordê-lo e por isso resolveu amarrar o cão. O autor disse ainda que o cão teria desmaiado no percurso e, por conta de uma deficiência física, ele não teria conseguido levantar o animal para o colocar na carroça.
“Moradores disseram que o autor conduziu o animal de forma inadequada e que, após um tempo, começou a andar mais rápido com a charrete, o que levou à morte do cachorro. Quando questionado, não parou para esclarecer os fatos, continuando seu caminho. Ele afirmou que seu objetivo era devolver o cachorro ao dono, mas não teve sucesso”, disse a PM.