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Famílias da zona rural de Pedralva ganham instalação de 200 fossas

Fossas sépticas são instaladas em zona rural de Pedralva. Imagem prefeitura.

“O que é fossa? Eu não sabia, quando estudei não tinha isso”, questionava Ana Maria Viana, que agora tem uma fossa séptica em casa. Ela faz parte das 200 famílias da zona rural de Pedralva, beneficiadas por um projeto de saneamento básico.

Ana, o marido e o filho, moram há seis anos no Pitangueiras. A fossa chegou recentemente pelo projeto de estações individuais de tratamento de esgoto, que tem R$ 600 mil de recursos estaduais e do Fundo de Saneamento Básico.

O projeto visa garantir o direito ao saneamento básico e preservar o meio ambiente. Para Ana, “vai ser muito bom para todo mundo e para o meio ambiente, animais”. Foram instaladas 112 fossas sépticas nos bairros Pitangueiras e Rocinha/Furnas. A segunda etapa é nos bairros Lagoa e Serrinha, com 88 fossas.

Gustavo Takatu, secretário municipal de desenvolvimento, explica como nasceu o projeto do departamento de meio ambiente e a Secretaria de Saúde. “Fizemos uma pesquisa e 94% das residências rurais não tinham tratamento de esgoto. Depois identificamos quais moradores queriam participar.”

Com os recursos estaduais, o projeto entrou em prática. “A importância para nossa cidade e o meio ambiente é é que ele trata o esgoto e serve de exemplo para muitas residências que ainda não têm essa estação de tratamento.”

Nas residências que os moradores aderem ao projeto, são feitas escavações e instaladas manilhas, pela prefeitura. Maria Clara, diretora de meio ambiente, explica que o projeto pronto tem três etapas. “A fossa recebe o esgoto bruto, passa por um filtro, passa pelo sumidouro onde o esgoto tratado se infiltra no solo.”

Os bairros escolhidos são os com mais doenças relacionados ao uso da água e descarte incorreto de esgoto. “Avaliamos indicadores, como doenças diarreicas agudas, análise da água consumida, de onde e como é captada a água que as pessoas bebem e como descartam esgoto, se é a céu aberto ou em outro tipo de fossa”, explica Maria.

Eliseu de Farias nasceu no bairro Pitangueiras e viveu 57 anos no sem ter uma estação de tratamento individual de esgoto em casa. A comunidade usava outros métodos e ele se lembra como isso incomodava.

“Ali perto de umas casas tinha mau cheiro e com essas fossas isso acabou. É um benefício muito grande, pelo meio ambiente e por viver em um lugar saudável, e a saúde vem disso.”

No início o projeto encontrou desafios, como a desconfiança de parte da população. Ele fala que quanto mais moradores aderiam às fossas sépticas, a comunidade via os benefícios e passou a participar.

Isso se refletiu em novos pedidos, conta Maria Clara. “À medida que o projeto acontecia, a demanda aumentou. Teve até lista de espera para implantar o projeto. Pelo exemplo que vem a consciência ambiental das pessoas.”