Os casos de dengue continuam aumentando no estado de Minas Gerias e preocupando autoridades e especialistas. No sul do estado, são mais de 24 mil casos de dengue confirmados em 2024, um aumento de 34,6% nesta semana, em relação à semana anterior.
Por meio de nota, a prefeitura de Ouro Fino confirmou as primeiras duas mortes causadas pela doença na cidade. Os óbitos também foram confirmados pela Fundação Ezequiel Dias, que é o laboratório oficial do Estado.
Segundo o Diretor de Saúde de Ouro Fino, as vítimas eram pacientes de risco, que já tinham outros problemas de saúde e eram idosas. “A identidade das vítimas não ´podem ser divulgadas”, disse a nota. A cidade soma 910 casos confirmados, segundo dados de terça-feira (12/3).
Pouso Alegre lidera casos de chikungunya
De acordo com o painel de monitoramento, Pouso Alegre soma 11 casos confirmados de chikungunya. Em uma semana foram nove confirmações, o que tem preocupado a Secretaria de Saúde do município.
A chikungunya, que é uma doença infecciosa febril, também é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue e também o vírus da Zika, que ainda não tem casos confirmados na região.
Pouso Alegre é a primeira da região, com 11 casos, seguida de Campo Belo (4) e Conceição dos Ouros (2). Já em relação a dengue, foram registrados 1.941 casos prováveis em 2024, sendo que 370 foram confirmados. Até o momento a cidade não registrou nenhum óbito.
Para tentar barrar a proliferação, a prefeitura está promovendo um mutirão de limpeza nos bairros. Alguns receberam maior atenção nesta semana, como o São João, Jardim Redentor, Área Institucional perto do Condomínio BRZ, São Geraldo, Belvedere, Morumbi, Av. Colina Santa Bárbara, Recanto dos Fernandes e Fátima I.
Além disso, outros bairros já receberam a limpeza, como Santa Rita I e II, Dique 2, Altaville, Medicina e vários outros. No sábado, dia 16 de março, haverá um mutirão de limpeza abrangente em várias áreas do extenso bairro São João, incluindo Guadalupe, Amazonas, Jardim São João, Distrito Industrial e Vista Alegre.
O mutirão ocorrerá das 8h às 12h e contará com diversas atividades, incluindo orientação das equipes de Agentes Comunitários de Saúde, que estarão ativamente envolvidas, aplicação de fumacê costal em residências pelos Agentes de Combate a Endemias (priorizando os quarteirões com casos confirmados de dengue) e recolhimento de itens no Cata-Treco, com exceção de materiais de construção.
Denúncias para a Vigilância
A Prefeitura diz que conta com a colaboração de todos cidadãos para manter a cidade limpa. Se houver lotes sujos e/ou abandonados, pede para que denuncie via Carta de Serviços no site. “Ressaltamos que a limpeza em calçadas, lotes e imóveis é de responsabilidade do proprietário”, disse a prefeitura.
Em caso de necessidade de capina e/ou varrição em algum local, ou serviço do Cata Treco, é necessário solicitar esses serviços através da Carta de Serviços no site. “Lembrem-se, é necessário responder todo o questionário para solicitar o Cata Treco, além de enviar fotos do móvel que deve ser recolhido, para que a equipe vá no veículo correto para pegar tal objeto”, disse.
Denúncia Presencial: Dirija-se à Central de Atendimento da Prefeitura de Pouso Alegre (R. Dionísio Machado, 96 – Centro). Para orientações e esclarecimentos, o Departamento de Fiscalização de Posturas disponibiliza um telefone exclusivo: (35) 3449-4076. Além disso, a Central de Atendimento está à disposição pelo telefone (35) 3449-4991.
Dados em Minas Gerais
De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, da Secretaria de Estado de Saúde (SES_MG), até 12/3, foram notificados 535.071 casos prováveis de dengue em MG, dos quais 194.346 foram confirmados. Há 324 óbitos em investigação e 71 confirmados.
Em relação à chikungunya, até o momento, foram notificados 51.652 casos prováveis, sendo 32.505 confirmados para a doença. Há 20 óbitos em investigação e 20 óbitos confirmados, mas que ainda estão em processo de encerramento e podem ser reclassificados nos próximos dias.
No momento, a letalidade da dengue é de 2,29% sobre os casos de dengue grave ou dengue com sinais de alarme, e a letalidade da chikungunya é de 0,06% sobre os casos confirmados.
Até 11 de março, foram notificados no painel 122 casos prováveis de zika e 14 confirmações. Todavia, desde 2018, não há casos confirmados de zika por métodos diretos de identificação viral (RT-PCR) no estado. Portanto, para todos os casos confirmados, os municípios são instruídos a fazerem uma avaliação bastante criteriosa. Após essa investigação, alguns casos são reclassificados pelos municípios por não atenderem critérios para mantê-los como confirmados.
“Os dados de arboviroses demonstram o que era previsto, que final de fevereiro e início de março ocorreria o pico de casos. Agora, observamos uma tendência de queda, mas ainda com índices muito altos. Já vimos mais de 500 mil casos suspeitos de dengue, praticamente as notificações do ano de 2016 inteiro em dois meses. Ou seja, está sendo o pior ano da nossa história”, afirmou o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.