Em nota divulgada nesta terça-feira (30/01), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou o resultado dos trabalhos técnico-científicos para identificação das vítimas do acidente aéreo em Itapeva, no Sul do estado.
Segundo a Polícia Civil, seis vítimas, todas adultas, foram identificadas pelo método de papiloscopia – comparação das impressões digitais –, por meio de confrontos no banco de dados do Instituto de Identificação da PCMG, com apoio da Polícia Federal.
Os corpos também foram necropsiados, para que fossem explicadas as lesões sofridas e determinada a causa da morte. Em seguida, os cadáveres foram liberados às famílias durante madrugada desta terça-feira, para velório e sepultamento.
Ainda segundo a PCMG, foram identificados os corpos do piloto, de 25 anos; do copiloto, de 44; e dos outros quatro tripulantes adultos: duas mulheres de 37 e 40 anos e os maridos, de 40 e 42 anos. Veja quem são:
- Marcílio Franco da Silveira, 42 anos: Empresário e marido de Raquel. Ele era o fundador da Credfranco, que atua no ramo de soluções financeiras em Belo Horizonte, e Presidente da Anec.
- Raquel Souza Neves Silveira, 40 anos: Esposa de Marcílio
- Antônio Neves Silveira, 2 anos: Filho de Raquel e Marcilio
- André Rodrigues do Amaral, 40 anos: Empresário, Conselheiro Administrativo da ANEC e sócio de Marcílio na Credfranco. Era natural de Carmópolis de Minas/MG)
- Fernanda Luísa Costa Amaral, 38 anos: Esposa de André
- Geberson Henrique Tadeu Chagas Pereira: Piloto
- Gabriel de Almeida Quintão Araújo, 25 anos: Copiloto
Por que ainda não identificou a criança?
Conforme adiantou o coordenador da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), médico-legista Gerson Coelho Cavalcante, ainda resta a identificação da última vítima, uma criança do sexo masculino.
“Ela também passou por papiloscopia, mas uma vez que não havia dados para confronto, não foi possível a identificação. Por isso, o material biológico dela foi coletado e encaminhado ao Laboratório de Biologia do Instituto de Criminalística da PCMG, já em fase de processamento”, disse.
O médico-legista Paulo Massahud, chefe da Seção de Perícias no Morto do Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IMLAR), destaca que o procedimento pode levar de dias a semanas e ainda não é possível adiantar a previsão para conclusão desse procedimento.
“Temos de constatar se esse material está apto à extração de DNA de fato; realizar a extração propriamente dita e, em uma terceira etapa, a confrontação desse DNA com o material genético de supostos parentes para, por fim, apresentar o laudo conclusivo”, adiantou.
Ele disse que o método de identificação por DNA é comparativo e tem que passar por quatro etapas: verificar se o material retirado do corpo é viável para extração de DNA; extrair propriamente o DNA; comparar o DNA extraído com o material dos supostos parentes e concluir a identificação do corpo pelo método DNA.
Por fim, a PCMG informou que, juntamente com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), continua os trabalhos para apurar a causa e as circunstâncias do acidente aéreo.
O acidente
A queda do avião ocorreu por volta das 10h36 do último domingo (28/01). Chovia no momento do acidente, no bairro Monjolinho, zona rural de Itapeva, no sul de Minas. Imagens feitas por moradores sugerem que o avião teria despedaçado no ar.
As sete vítimas foram encontradas debaixo dos destroços do aeronave. O trabalho de retirada foi realizado pelo Corpo de Bombeiros, com equipes de Pouso Alegre e Extrema. Até o momento não há informações precisas sobre as circunstâncias do acidente.
Mas, de acordo com o Corpo de Bombeiros, antes da queda, a aeronave teria se desintegrado no ar. A médica-legista que esteve no local para remoção dos corpos informou que aeronave se partiu em três fragmentos maiores e outros menores. Os destroços foram encontrados em um raio de 1 km de distância.
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave de matrícula PS-MTG foi fabricada em 1996 pela Piper Aircraft, é registrada como uma aeronave de serviço aéreo privado. Mas, ela não possui permissão para realizar táxi aéreo.
Trabalho do Cenipa
A Força Aérea Brasileira, órgão responsável pelo Cenipa, informou que abriu neste domingo a ação inicial da ocorrência com a aeronave de matrícula PS-MTG. Confira a nota enviada ao Terra do Mandu:
Nesta ação são usadas “técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação dos elementos da investigação, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação. A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”