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Hospital Samuel Libânio quer criar rede de atendimento com hospitais da região

Hospital das Clínicas Samuel Libânio é referência regional em atendimento hospitalar. Foto Terra do Mandu.

Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), de Pouso Alegre, quer criar uma rede de atendimento hospitalar do SUS no Sul de Minas. Ele é o maior da região em procedimentos e só em 2023 teve mais de 19 mil internações.

O objetivo é fazer parcerias com hospitais de menor porte em toda a região, diz o diretor técnico do HCSL,  Alexandre Hueb. O HCSL vai gerenciar hospitais e Santas Casas parceiras, que atenderão pacientes de baixa e média complexidade ao invés de destinar esses procedimentos para o hospital regional.

Isso pode desafogar parte dos atendimentos do HCSL e ele seria mais voltado para a alta complexidade, na qual é referência regional. Hueb cita que cirurgias de hérnia, apêndice, vesícula e outras, seriam feitas nos hospitais parceiros. Com isso o paciente da região não teria que se deslocar e ficar em tratamento distante de casa.

O projeto faz parte do Programa Promover Saúde, do hospital e do deputado federal Rafael Simões. A Santa Casa de Cambuí pode ser a primeira parceira do programa, já que Hueb informa que ela manifestou interesse.

Esse programa visa criar a rede hospitalar e destinar mais verba do SUS e de emendas parlamentares e portarias, para os hospitais parceiros.

Maior hospital da região

Conhecido como gigante do Sul de Minas, o HCSL é o maior de toda a região em procedimentos. Ele tem área de 20 mil metros quadrados e tem diversidade de áreas da medicina seja para atendimentos, exames e cirurgias.

Dados do Ministério da Saúde mostram aumento anual dos atendimentos pelo SUS. Em 2014 foram 12.463 internações e em 2023, 19.260. Enquanto isso o valor pago pelo SUS por paciente, independente do procedimento, foi de R$ 2.483,63 em 2014 e R$ 3.049,18 em 2023.

A área de abrangência foi reduzida em janeiro de 2024. Ele atendia 153 municípios com cerca de 2,8 milhões de habitantes e agora tem área de 53 municípios com mais de 1 milhão de habitantes.

Como a região é atrativa para trabalhar e residir, a população cresce junto com atendimentos. Hueb explica que o HCSL foi ampliado, tem muitos profissionais e equipamentos, mas precisa de recursos para evitar um futuro colapso na saúde pública, pois é referência regional. Enquanto não há verba suficiente, eles tentam minimizar os problemas.

“Quem chega aqui precisa de atendimento, não vamos recusar, mas o valor pago pelo SUS não paga medicamentos, exames, refeição e até custos de uma cirurgia. Até pouco tempo tínhamos superlotação no Pronto Socorro. Com movimento de gestão, capacitação de pessoas e mudanças de leitos nós otimizamos. Pacientes que eram acolhidos no Pronto Socorro e ficavam em macas no corredor, agora são rapidamente levados para unidades de internação.”