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Maria da Fé abre oficialmente produção do azeite na serra da Mantiqueira

Conhecida pelo título de Capital Mineira do Azeite Extra Virgem, Maria da Fé deu início à colheita de azeitonas e produção da Safra 2024

Iago Almeida / 12 janeiro 2024
Maria da Fé abre oficialmente produção do azeite na serra da Mantiqueira

Foto: Divulgação Epamig

Conhecida pelo título de Capital Mineira do Azeite Extra Virgem, Maria da Fé, no Sul do estado, deu início à colheita de azeitonas e produção de azeites extra virgens – Safra 2024. A abertura se deu em uma cerimônia nessa quinta-feira (11/01), que celebrou e marcou a abertura simbólica do novo ciclo.

Realizado na Praça Getúlio Vargas, o evento contou com a presença do secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira. Ele foi convidado para colher as primeiras azeitonas em oliveiras centenárias plantadas na principal praça da cidade.

Maria da Fé abre oficialmente produção do azeite na serra da Mantiqueira

Foto: Divulgação Epamig

Depois da queda da produção no ano passado, devido às mudanças climáticas, a expectativa deste ano é superar os 60 mil litros de azeite somente na cidade de Maria da Fé. Nessa região, a olivicultura movimenta o turismo e gastronomia há uma década e meia.

Referência nacional em olivicultura, a “cidade das oliveiras” reúne dez marcas de azeite e suas fazendas recebem visitantes de todo o Brasil, interessados no turismo rural e gastronômico.

Localizada na Serra da Mantiqueira, Maria da Fé está situada a mais de mil metros de altitude, sendo, em razão disso, uma das cidades mais frias de Minas Gerais, o que favorece o cultivo da oliveira. Para Leônidas de Oliveira, Maria da Fé coloca Minas Gerais na vanguarda da produção de azeite no país.

“Minas é líder em movimento turístico no país e se torna ainda maior com a geração de emprego e renda. Em 2024, vamos promover cinco produtos, cinco das nossas riquezas: azeite, café, vinho, queijo e cachaça. Minas está na moda e quer ser vista”, afirma o secretário.

“Quando vejo essa cidade com um grande canteiro de oliveira, fico feliz de ter tido a honra de iniciar a nova colheita. Vamos celebrar essa nova temporada. Maria da Fé está de parabéns. A partir desse encontro, vamos criar políticas públicas para a cidade e para nos aproximarmos cada vez mais da região”, concluiu.

Em Maria da Fé, Leônidas de Oliveira se reuniu ainda com gestores de cultura e turismo da região no Centro Cultural do município, onde houve exposição de artesanato local cuja inspiração e matéria-prima são a olivicultura e o azeite da cidade, e visitou a Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, tombada pelo município, e a Fazenda Fio de Ouro, importante polo produtor de azeites extra virgem.

Também participaram das agendas o prefeito de Maria da Fé, Adilson dos Santos, o vice-prefeito do município, Valdecir da Silva, e o presidente do Circuito Turístico Caminhos da Mantiqueira, Janilton Prado.

Maria da Fé abre oficialmente produção do azeite na serra da Mantiqueira

Foto: Divulgação Epamig

História da extração

A primeira extração de azeite extravirgem do Brasil foi realizada no Campo Experimental da Epamig em Maria da Fé, em 29 de fevereiro de 2008, e resultou em 40 litros do produto. No decorrer desses 15 anos, a olivicultura nacional evoluiu bastante.

Desde então, os azeites brasileiros, que também são produzidos no Sul do país e em regiões serranas de estados como Bahia e Espírito Santo, têm conquistado medalhas em concursos pelo mundo e obtido destaque no mercado gastronômico pelo frescor e atributos sensoriais.

Na Serra da Mantiqueira, entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, são cerca de 200 produtores e 90 marcas próprias. Em 2022, a produção na região atingiu o recorde de 120 mil litros produzidos.

A qualidade continua sendo a aposta de pesquisadores e olivicultores. “As expectativas com relação a qualidade são as melhores possíveis. Os nossos azeites têm se destacado cada vez mais pelo frescor e pelas características de sabor e aroma que são proporcionados pelos cuidados que os produtores têm e, claro, pelo terroir da nossa região”, afirma o agrônomo e integrante do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig, Pedro Moura.

Mas, anteriormente, as primeiras mudas de oliveira chegaram a Maria da Fé em 1935 e, já na década de 1940, servidores ligados ao Governo de Minas Gerais começaram a estudar a cultura.

Com a chegada da Epamig ao município em 1975, a empresa passou a conduzir os trabalhos com foco na avaliação da viabilidade do plantio de oliveira na região Sul de Minas Gerais.

Maria da Fé abre oficialmente produção do azeite na serra da Mantiqueira

Foto: Divulgação Epamig

Secretário faz reunião em Cristina

Leônidas de Oliveira se reuniu ainda com Ricardo Azevedo, prefeito de Cristina, a 17 quilômetros de Maria da Fé, para debater políticas para a região. O modo de produzir o café especial foi reconhecido como patrimônio imaterial do município, que realiza há 15 anos o festival Café com Música.

O evento, tradicional no calendário cultural da cidade, atrai turistas e celebra duas das maiores riquezas do lugar: o café, gerador de emprego e renda, e as bandas de música, que tanto fala da identidade e das raízes do povo cristinense.

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