Política

Vereadora denuncia ser vítima de ameaças e intimidações em Ouro Fino

Polícia Militar cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de três homens e apreendeu computadores, tabletes, celulares e outros objetos

Iago Almeida / 13 novembro 2023

Foto: Reprodução – Câmara Municipal

Uma vereadora de Ouro Fino, no Sul de Minas, abriu denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra três pessoas, afirmando que está sendo impedida de exercer livremente suas atividades como parlamentar, devido a intimidações e ameaças sofridas.

O caso segue em segredo de Justiça, mas o Terra do Mandu conseguiu conversar com as partes envolvidas. A vereadora Vânia Aparecida Vieira Couto (UNIÃO) relatou que a motivação seria uma ameaça que ela sofreu na votação de um empréstimo de aproximadamente R$ 17 milhões, da prefeitura junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S/A (BDMG).

O empréstimo seria para asfalto e benfeitorias, conforme necessidades do município; ela citou que achou que o valor era muito alto. Vânia citou ainda a existência um suposto áudio comprometedor, que seria divulgado pelos denunciados, caso a vereadora votasse contra a proposta, que foi em votação na Terceira Sessão Extraordinária da Câmara Municipal no dia 22 de maio de 2023.

Após a denúncia no MPMG, o órgão expediu mandados de busca e apreensão na casa e locais de trabalho dos três suspeitos, que foram cumpridos pela Polícia Militar no último dia 10 de novembro. Foram apreendidos computadores, mídias, tablets, celulares e cheques com os três homens, visando localizar eventuais gravações.

Os suspeitos são dois homens de 43 anos e 47 anos (moradores de Ouro Fino) e um homem 51 anos (morador de Inconfidentes). Os equipamentos apreendidos foram enviados para a Polícia Civil. Um dos homens é chefe de limpeza pública da Prefeitura de Ouro Fino, outro seria presidente de um partido político (não citado) e o outro gerente administrativo do Departamento Municipal Autônomo de Água e Esgoto (DMAAE).

O Terra do Mandu entrou em contato com a Prefeitura de Ouro Fino, que respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que “por se tratar de um assunto fora da Prefeitura, a mesma não irá se pronunciar”. 

Defesa nega acusações e diz que está tomando providências

O Terra do Mandu também conversou com o advogado Ivan Tavares, que está representando os três homens acusados pela vereadora. Em nota, a defesa informou que seus clientes não têm nada a esconder, desconhecem qualquer áudio e já solicitação impugnação requerendo a devolução dos aparelhos. 

A defesa ainda afirmou que foi exigido que a vereadora apresente provas das alegações e que já apresentou um mandado de segurança no Tribunal de Justiça. Por fim, o advogado disse que seus clientes entendem que tudo se trata de uma manobra política e que providências judiciais estão sendo tomadas.

“A defesa dos três envolvidos manifesta que houve um pedido da vereadora junto ao Ministério Publico, sob a alegação de que os requeridos teriam um áudio que poderia comprometer a vereadora ou ser usado no próximo ano eleitoral, sendo deferido o pedido de busca de apreensão dos aparelhos celulares, mas que os requeridos não tem nada a esconder, desconhecem qualquer áudio e que aliás, já manifestou no processo impugnação requerendo a devolução dos aparelhos e que a vereadora apresente provas das alegações, pois não tem nada que esconder e também já apresentou mandado de segurança no Tribunal de Justiça. Entende os requeridos que trata-se de uma manobra politica da infundada alegação, mas que providencias judiciais já estão sendo tomadas”, disse a nota da defesa.

Por meio das redes sociais de seu filho, o Chefe de Limpeza Pública da Prefeitura de Ouro Fino, Márcio Daniel Igídio, conhecido como Daniel Borracheiro, se pronunciou em vídeo no sábado (11/11). Ele citou que o boato de que ele tinha sido preso era infundado e que desconhece qualquer áudio citado pela vereadora.

Sem citar nomes, Daniel fez referência a um advogado que teria orientado Vânia no caso e que ele seria adversário do grupo político dele nas eleições de 2024. Usando a palavra “politicagem”, o servidor ainda disse que não observou nenhuma prova contra ele no processo. Veja o vídeo completo:

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