Servidores mineiros de 26 classes fazem greve geral nesta terça-feira (07/11). Eles são contra a votação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que vai ‘congelar’ salários da classe e concursos por nove anos.
Na região de Pouso Alegre há 16 escolas que aderiram em nove cidades. Servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais protestaram em frente ao Fórum de Pouso Alegre. Eles gritavam “contra o RRF”.
O RRF, de autoria do governador Romeu Zema, está incluso no Projeto de Lei nº 1.209/19, em debate nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG analisa impactos do RRF na educação e serviço público.
Servidores da educação, segurança e demais setores protestam na porta da ALMG. O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol-MG) convocou os servidores a participarem. O movimento tem apoio de funcionários da Cemig e Copasa, instituições que estão na mira da privatização pelo Governo de Minas.
Greve das escolas
Tem greve geral em 16 escolas da subsede do SindUTE/ Pouso Alegre. O diretor da subsede, Marcos Pacheco, diz que o protesto contra o RRF “é uma luta justa. Se ele for aprovado, não teremos reajuste salarial por nove anos. Não queremos que o serviço público seja precarizado e isso prejudique a população.”
Confira as escolas que aderiram parcial ou totalmente à greve, segundo o SindUTE:
Bom Repouso: Escola Estadual Coronel Ananias de Andrade; Cambuí: Escola Estadual Antonio Felipe de Salles, Escola Estadual Professora Maria Conceição de Moraes, Escola Estadual João Lopes e Escola Estadual Virgília Pascoal.
Camanducaia (Distrito de Monte Verde): Escola Estadual Verner Grinberg; Congonhal: Escola Estadual Mendes de Oliveira; Córrego do Bom Jesus: Escola Estadual Professor Maximiano Lambert.
Estiva: Escola Estadual Cônego Francisco Stella; Ouro Fino: Escola Estadual Ernesto Barbosa; Senador Amaral: Escola Estadual Professora Maria Vitorino de Souza.
Pouso Alegre: Escola Estadual Dr. José Marques de Oliveira, Escola Estadual Monsenhor José Paulino, Escola Estadual Professora Geraldina Tosta, Escola Estadual Vinicius Meyer, Escola Estadual Presidente Bernardes.
O lado do governo estadual
O governo estadual justifica que o RRF é fundamental para MG equilibrar a dívida com a União e ter sustentação fiscal para continuar atividades da administração pública nos próximos anos e governos.
Sobre os reajustes, o governo cita que a adesão RRF permite “ao menos duas revisões salariais ao funcionalismo público durante o período de vigência. Vale destacar, também, que as duas revisões de remuneração não limitam o Estado na concessão de outros aumentos.”
Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG), a dívida pública estadual é de R$ R$ 165,61 bilhões. Desses, 94% são devidos à União ou instituições que têm ela como garantidora.