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Mãe vai realizar bingo para ajudar filho com paralisia cerebral

Júlia com o filho Luís Otávio, que tem paralisia cerebral. Foto Nayara Andery.

Luís Otávio dos Santos tem 15 anos e enfrenta dificuldades devido à paralisia cerebral. A mãe dele, Júlia dos Santos, conta que Luís precisa de equipamentos que a família não pode comprar, além de atendimento que está em falta na rede de saúde pública.

Quando ele nasceu, ficou dois meses internado e foi diagnosticado com paralisia cerebral aos seis meses. “Me disseram que ele não ia andar e nem falar”, conta Júlia. O filho que depende da mãe e usa cadeira de rodas, frequenta a APAE desde quando era bebê.

Dois equipamentos podem ajudar a melhorar a qualidade de vida de Luís. Júlia explica que ele precisa de uma bicicleta adaptada, para estimular movimentos e evitar que os membros se atrofiem, além de uma banheira em tamanho especial para o adolescente.

Ela diz que esses itens custam cerca de R$ 4 mil. Como ela cuida do filho desde que ele nasceu, a única renda da família é o salário do marido. Eles mora no bairro São Geraldo e vão fazer um bingo beneficente para comprar os equipamentos.

O evento será às 16h de 23 de setembro, no Campo do Bangu no São Geraldo, com cartelas vendidas no local. “Pode fazer diferença para ele. Ele usa muita coisa e se ultrapassarmos a meta vamos usar o restante para comprar fralda, remédio.” O contato é (35) 99914-0497.

Falta atendimento na saúde municipal

Entre as dificuldades que Luís Otávio enfrenta no cotidiano, está a falta de atendimento por fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Segundo Júlia, há mais de um ano a rede municipal de saúde não tem esses profissionais.

“Ele precisa desses atendimentos. Já faz quase um ano que está sem fono na rede pública. Muitas mães de crianças que estão na APAE reclamam que não tem fono na rede municipal.”

A prefeitura respondeu à reportagem que “há uma escassez de profissionais especializados, como Terapeuta Ocupacional e Fonoaudiólogo, o que se repete em outras redes de saúde públicas e em instituições sem fins lucrativos”.

O poder público justifica que foram abertos múltiplos editais e feita tentativa de contratação terceirizada, sem sucesso. Há “baixo número de pessoas capacitadas e há busca por empregos em outros locais, especialmente na área particular”.

Sobre o atendimento, a prefeitura diz que “conta com medidas amparativas, tendo o atual quadro de servidores se empenhado no atendimento, seguindo a linha de prioridade. No caso das crianças e adolescentes, o atendimento está sendo feito de forma escalonada”.

Enquanto isso, pessoas como Luís têm sofrido com a falta desse atendimento. Júlia fala que sofre com o filho pelas dificuldades em conseguir proporcionar melhor qualidade de vida a ele. “Isso aqui é minha vida né amor. É um cuidado que nunca vai acabar.”