A prefeitura iniciou nesta quinta-feira (17/08), a obra de revitalização do centro comercial de Pouso Alegre. Com investimento de mais de R$ 1 milhão, o prazo para encerramento da primeira fase, que será feita em blocos, é novembro deste ano.
Até lá, a Avenida Dr. Lisboa e oito ruas adjacentes terão os passeios trocados e asfaltos revitalizados. As ruas que receberão as obras, são: Dom Neri, Comendador José Garcia, Monsenhor José Paulino, Coronel Herculano Costa, Vieira de Carvalho, Marechal Deodoro, São José e Travessa Evaristo da Veiga.
A primeira escolhida para revitalização foi a Rua Dom Neri, onde a equipe já está atuando; os antigos passeios já foram retirados e os novos estão sendo providenciados.
Segundo o Secretário de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, Renato Garcia, o principal objetivo é melhorar a locomoção de pedestres na área comercial, principalmente para pessoas com deficiência.
“A revitalização vai garantir maior mobilidade, maior acessibilidade e segurança a todo pedestre que por aqui passa, no centro da cidade. Aqui nós tínhamos calçadas da década de 70, mal cuidadas, e nós viemos com esse projeto, de modo a substituir todas essas calçadas”, afirmou o secretário em entrevista ao Terra do Mandu, nesta quinta-feira.
Para minimizar o impacto nos comércios, a prefeitura fez uma sinalização e também utilizou tábuas para colocar na frente de cada loja, para que o consumidor possa entrar no local sem pisar na terra ou correr o risco de sofrer algum impacto com a falta do passeio.
“Toda obra causa um transtorno momentâneo, mas o benefício posterior para toda cidade será imensurável. Toda obra está sendo cercada, delimitada por cones, fitas zebradas; as entradas dos comércios estão com tábuas para poder ter acesso, garantindo segurança para todo mundo que vai entrar e sair, e não prejudicar o comércio de forma geral. Posteriormente nós vamos ter um centro revitalizado, calçadas todas lineares, sem problema de tropeços, garantindo a mobilidade e segurança”, explicou o secretário.
O calendário inicial, divulgado pela prefeitura, pode ter sofrido uma pequena mudança devido ao início das obras. Mas, as datas anunciadas tinham sido essas (o Terra do Mandu solicitou o novo calendário para a prefeitura, e vai atualizar assim que receber):
- 7/8: Início das obras (segunda-feira)
- 7 ao dia 21 de agosto: Quarteirão do Bradesco
- 21 de agosto ao dia 4 de setembro: Quarteirão da Tim
- 4 de setembro ao dia 18 de setembro: Quarteirão do Teatro Municipal
- 18 de setembro ao dia 2 de outubro: Quarteirão da Escola Monsenhor Paulino
- 2 de outubro ao dia 16 de outubro: Quarteirão da Drogasil
- 16 de outubro ao dia 30 de outubro: Quarteirão dos Correios
- 30 de outubro ao dia 6 de novembro: Quarteirão da 17ª Região da PM
- 6 de novembro ao dia 24 de novembro: Quarteirão do Magazine Luiza
Problemas de acessibilidade
Um estudo foi feito com membros da Associação Acessibilidade em Ação, para que fossem detectados os principais problemas de transitabilidade no local. O presidente da Associação Acessibilidade em Ação, Fernando Rodrigues, esteve na coletiva e citou alguns pontos.
“Essa obra de acessibilidade da Dr. Lisboa é um pontapé inicial para pensarmos Pouso Alegre no futuro. Tem pontos ali que tem poste no meio da calçada, onde cadeirantes, carrinho de bebê, entre outras pessoas, não conseguem passar, obrigando a desviar o curso, indo para rua, dividindo espaço com carros, caminhões. E muitos buracos também foram encontrados na Dr. Lisboa”, disse Fernando Rodrigues.
“Lembrando que a acessibilidade não é apenas para pessoas em cadeira de rodas, ela vai muito além, como pessoas com mobilidade reduzida, idosos, pai e mãe com carrinhos de bebê, gestantes, ou seja, a acessibilidade beneficia uma sociedade como um todo”, completou ele.
Mas, não são só os passeios que necessitam de acessibilidade, como também os comércios. Fernando Resende, secretário do Conselho Municipal do Direito da Pessoa com Deficiência vem lutando para que os estabelecimentos se adequem às normas e olhem para os clientes que usam uma cadeira de rodas ou que tenham alguma deficiência. Ele conta que já foram 35 comércios denunciados, por falta de acessibilidade.
“Surtiu efeito, vários já estão adaptados hoje, inclusive já fizeram até banheiro adaptado. Mas o que eu vejo, é que em 99% dos locais o que precisa é de uma rampa adaptada, para que a pessoa, no caso o cadeirante, consiga entrar. Então eu estou listando todo o centro, para encaminhar ao Ministério Público, como já fizemos anteriormente. Nosso objetivo é fazer o máximo possível de denúncia até que os próprios comerciantes comecem a se adaptar, seja porque pensam na pessoa com deficiência, ou porque não querem ser denunciados”, disse Fernando Resende.
“Quanto mais pessoas circulando, mais pessoas consumindo. E isso serve de incentivo para que as lojas, comércios, possam também se adequar para oferecer a acessibilidade para todo mundo. Lembrando que também somos consumidores”, afirmou Fernando Rodrigues.