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Maternidade e trabalho: mulheres abrem empresas após se tornarem mães

Luelle Rosa cuida do filho e mantém uma empresa de costura e moda infantil. Foto arquivo pessoal.

Abrir uma empresa após ter filho é uma decisão tomada por sete a cada dez mães empreendedoras em Minas Gerais. A pesquisa do Sebrae Minas mostra que essas mulheres se tornam empreendedoras para conciliar o trabalho com o cuidado com os filhos.

Para 67% delas, ao se tornarem mães foi necessário buscar autonomia e flexibilidade de horários. Em 63% dos casos a abertura da empresa foi devido à necessidade de aumentar a renda familiar.

A Pesquisa Maternidade e Paternidade no Empreendedorismo foi realizada em abril e entrevistou 1.326 empreendedores. Desse grupo, 73% têm filhos, sendo 287 são mães e 686 pais. O maior tempo de cuidado com a casa e os filhos ocupa a rotina de 85% das mulheres e 25% dos homens.

Desafio das mães ao empreender

Luelle Rosa de Souza realizou dois sonhos nos últimos anos, em Pouso Alegre. Ela abriu a empresa de costura e moda infantil em 2019 e há um ano e cinco meses nasceu seu filho Samuel. “Pra mim o empreendedorismo e a maternidade são um grande desafio.”

Para não perder nenhuma etapa do desenvolvimento dele ela colocou um chiqueirinho na loja para ele descansar. Ele recebe a atenção e cuidados da mãe o dia todo, enquanto ela trabalha. “Tem o lado bom de ter flexibilidade de horário, autonomia, acompanhar o crescimento e desenvolvimento dele.”

As dificuldades para ela “são a queda de rendimento do serviço, devido às pausas para dar atenção ás devidas necessidades do filho.” Se Samuel fica doente “preciso fechar a loja para levar ele ao médico. Eu não tenho rede de apoio e quem fique na loja, pois trabalho sozinha. Mesmo com as dificuldades, ser mãe e empreender para mim são sonhos realizados.”

Na pandemia ela fabricava e vendia máscaras, o que ajudou a impulsionar as vendas que se expandiram para a moda infantil. A rotina mudou em 2023, quando Samuel foi matriculado na creche. Luelle sonha em crescer como empresária enquanto acompanha o dia-a-dia do filho.

Nos dias que ele precisa ficar com ela na loja, a simpatia do bebê contagia clientes. “Ele é muito simpático, o que encanta as clientes, que visitam a loja física ou as redes sociais, por isso, brinco que ele é um atrativo para o meu negócio, comenta.