Um instrutor de academia, de 35 anos foi preso em Pedralva por crime de stalking contra uma médica. A vítima, de 34 anos, denunciou que ele a perseguia desde junho de 2022. A operação da Polícia Civil cumpriu nesta sexta-feira (31/03) a prisão preventiva, por ele violar uma medida cautelar que tentava proteger a médica.
O instrutor conheceu a vítima na academia e teria um ‘amor platônico’, que não era correspondido. A denúncia aponta que ele enviava cartas, deixava flores na casa dela e “a procurou em diversos lugares, inclusive em palestras que ela fez. Tinha um conhecimento amplo da vida dela”, detalha o delegado Marcel Angelo.
Essas ações mudaram a rotina da médica que sentia medo ao ser perseguida na academia, em casa e no trabalho. Ela deixou de frequentar a academia e descreveu na investigação que as ações dele ameaçavam a sua integridade física e psicológica e impediam a locomoção e liberdade dela.
Instrutor segue preso e vai responder a inquérito
A investigação da Polícia Civil começou há cerca de um mês, quando ela denunciou o crime. Em seguida a justiça concedeu à médica uma medida cautelar. Como o suspeito insistiu na perseguição, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva.
O delegado e investigadores saíram às 6h para localizar o instrutor. Eles passaram em duas academias e o encontraram em casa, onde foi preso. “Em dois depoimentos ele confessou que perseguia a médica e contou detalhes”, diz o delegado. O homem foi levado para o Presídio de Itajubá.
O caso resultou em dois inquéritos, sendo um deles pela violação da medida cautelar que terminou com a prisão do investigado. Esse inquérito segue agora na esfera judicial. O segundo inquérito apura as ações de stalking que a vítima denunciou que aconteciam há meses.
Crime de stalking
A perseguição reiterada é crime previsto na Lei Federal 14.132/2021, pelo artigo 147-A no Código Penal. Esse crime é conhecido como stalking. A pena é de prisão de seis meses a dois anos, além de multa.
O crime considera como stalking a perseguição física ou virtual, que ameaça a integridade física, psicológica e liberdade e privacidade da vítima. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que em 2021, 27,7 mil pessoas foram vítimas de perseguição, com três casos a cada uma hora no país.