Na tarde desta sexta-feira (17/03), professores da Rede Municipal de Ensino realizaram uma manifestação pacífica em Monte Sião, pedindo reajuste salarial. De acordo com a classe, não há reajuste há três anos na cidade.
“De 2011 até 2020 nós recebemos o piso. Todos esses anos a gente recebeu o piso. De 2021, no caso por conta da pandemia, não foi repassado. Em 2022, o MEC passou uma portaria passando 33,24% de reajuste pros profissionais de educação, aqui não foi atendido. E este ano, o MEC deu um reajuste de 14,95% que também não foi passado para os professores”, contou Nanci de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.
O protesto começou 12h na Praça do Rosário, e durou cerca de 45 minutos. Pelas ruas da cidade, os professores caminharam com cartazes e entoavam gritos de protesto, em direção à prefeitura.
Segundo o sindicato, são 278 professores na cidade, que atuam com carga horária de 30 horas semanais e recebem R$ 2.640; o piso aponta que o valor deveria ser de R$ 3.315, segundo o sindicato.
Um abaixo-assinado chegou a ser feito pelos professores, avisando sobre a manifestação e pedindo uma conversa com a administração pública. Mas, de acordo com a Nanci de Souza, o prefeito não quis receber a classe.
“A lei manda que seja com 72 horas de antecedência, mas nós fizemos com até mais tempo. Neste ofício, nos propomos a conversar com ele (prefeito) e a fazer uma negociação, alguma coisa, porém ele não nos chamou. Ele convocou uma reunião para ontem a noite, para que a gente desistisse da movimentação de hoje e depois ainda fizeram uma nota, vendo que a gente continuaria firme, falando que ia descontar o novo dia, que não acatava a notificação do sindicato, da paralisação. Ele não se coloca para negociar”, contou.
A prefeitura de Monte Sião emitiu uma nota nesta sexta-feira (17/03), afirmando que recebeu um ofício do sindicato, com as reivindicações e sinalização da greve, e que respondeu o documento, explicando os procedimentos que deveriam ser tomados.
Além disso, a administração afirmou que se reuniu com a categoria e que vinha realizando todos os anos o reajuste salarial, de acordo com o piso imposto para a classe. Por fim, disse que não impediu a realização da manifestação, apenas orientou quem fosse participar do ato, para que tudo fosse realizado dentro das normas legais.
“A educação é um serviço público de suma importância e necessidade, sendo o primeiro a figurar no rol dos direitos sociais (art. 6º, CF/88); portanto, a paralisação nesse caso deve ser o último recurso a ser utilizado como estratégia das campanhas de melhoria salarial e outras reivindicações, sendo ilegal qualquer greve com a falta dos atributos acima indicados”, escreveu a prefeitura em uma parte do documento.