Pouso Alegre

Crianças e adolescentes devem ser imunizados contra o HPV em Pouso Alegre

Menos da metade dos adolescentes tomaram as duas doses em Minas Gerais e secretaria pede atenção aos pais; imunizante previne câncer

Iago Almeida / 17 janeiro 2023

Criança sendo vacinada em Belo Horizonte / Foto: Dirceu Aurélio / Imprensa MG

Crianças de adolescentes, de 9 a 14 anos, devem procurar uma sala de vacinação para se imunizar contra o HPV (Papiloma Vírus Humano). Em Minas Gerais, menos da metade do público alvo procurou a vacina e a Secretaria de Saúde chamou atenção dos pais para que levem os filhos aos postos.

O imunizante, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicado mesmo antes da adolescência porque é mais favorável que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual. A vacina protege contra o Papilomavírus Humano (HPV) e é considerada uma estratégia de prevenção e redução de doenças ocasionadas pelo vírus, como cânceres do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis, boca e garganta, além de verrugas genitais.

“A vacina induz à proteção, não induz à atividade sexual. É importante que se a vacina antes de iniciar a fase de atividade sexual justamente para diminuir a circulação dessas doenças, assim como se vacina contra a gripe antes do inverno. E os pais devem também somar à imunização orientações das demais medidas de prevenção de transmissão de ISTs”, esclarece Jandira Campos Lemos, presidente da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-MG).

“É uma vacina que tem sua eficácia comprovada, que protege contra os tipos mais prevalentes de HPV e que podem evoluir para doenças como câncer de colo de útero, câncer de pênis, câncer de ânus e câncer de boca”, alertou.

Em Pouso Alegre, a vacina está disponível em todos os postos de saúde com sala de imunização (as unidades estão disponíveis no site da Prefeitura) e também no Centro de Vacinação, que fica na Avenida Doutor João Beraldo, 567, Centro. O atendimento é de segunda a quinta-feira de 7h às 19h e na sexta-feira, de 7h às 12h.

Recomendação

A recomendação atual do Ministério da Saúde é a de que todos os meninos de 9 a 14 anos de idade devem receber a vacina contra HPV. Anteriormente, o Programa Nacional de Imunização (PNI) estabelecia a proteção para meninos de 11 a 14 anos, enquanto para as meninas já era determinado que a vacinação ocorresse de 9 a 14 anos.

“A ampliação da faixa etária para o sexo masculino dá continuidade à oferta gradativa desse imunobiológico, já proposta em 2014, igualando a recomendação já em curso para as meninas na faixa etária de 9 a 14 anos”, explica a coordenadora estadual do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Josianne Gusmão.

Em Minas Gerais, A cobertura acumulada em crianças e adolescentes, do sexo feminino, na faixa de 09 a 14 anos, entre 2014 e 2020 é de 66,12%. Entre os meninos na faixa de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2020, a cobertura alcançou 54,27%. Em números absolutos, são 4.075.582 crianças e adolescentes imunizadas com a primeira dose e 2.385.537 que recebam a segunda dose.

Os dados acendem um alerta, já que a cobertura vacinal contra HPV está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 80% nos grupos elegíveis.

Criança sendo vacinada em Belo Horizonte / Foto: Dirceu Aurélio / Imprensa MG

HPV 

É estimado que o Brasil tenha de 9 a 10 milhões de infectados pelo Papiloma Vírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. Trata-se de um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões precursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus.

Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV – alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. A doença é conhecida como condiloma acuminado ou, popularmente, como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista.

A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.


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