A Mesa Redonda Racismo, Esporte e Direito reuniu o escritor e ex-goleiro Mário Lúcio, conhecido como ‘Aranha’, com o advogado e professor Amauri Ludovico, em Pouso Alegre. A ação aberta ao público foi realizada pelo Diretório Acadêmico, na Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM), para conscientizar sobre o racismo e defender a igualdade, na última sexta-feira (04/11).
“O racismo está em todo lugar, não só no esporte, na educação, mas, dentro de cada pessoa que atrapalha o desenvolvimento do país”. É o que enfatizou Aranha membro do Grupo de Trabalho da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para enfrentamento ao racismo e violência no futebol, que teve a primeira reunião em 1º de novembro. “Teremos ações emergenciais, mais rápidas, mas, o intuito é o planejar a longo prazo para ter ações que vão refletir diretamente e trazer um benefício permanente no futebol.”
Engajado no combate ao preconceito desde quando era atleta, ele viu o convite para a Mesa Redonda, como uma chance de falar da conscientização. “Eu não conheço uma maneira de resolver o problema sem ser falando sobre ele ou debatendo”. O advogado concorda. “Nós vivemos um momento muito grande de intolerância no país e o debate é uma maneira para colaborarmos para a construção de uma sociedade mais digna e que o princípio da igualdade possa prosperar.”
Racismo e preconceito no Brasil
Autor dos livros ‘Brasil Tumbeiro’ e ‘Patrocínio’, que abordam questões históricas da população negra, Aranha relaciona essas obras e a atualidade. “Estamos num momento interessante de desconstrução, debate e criação. Muito do material que existia até pouco tempo, para não dizer que era fictício, mentiroso, é algo que passou por Photoshop histórico. Tem muito conteúdo e livro surgindo, com uma visão da população, do homem negro contanto um pouco da sua própria história.”
A dificuldade em lidar com o preconceito é a negação, conta o escritor. “As pessoas negavam a existência do racismo mesmo vendo, conhecendo alguém. E de uns tempos para cá as pessoas começaram a criar coragem para se expor como racistas, expor ideias racistas e isso facilita o nosso combate também.”
O cenário do racismo e preconceito piorou nos últimos anos, considera o advogado. “O importante é que as pessoas estão tendo coragem de denunciar questões de racismo e de injúria, pois só assim tentaremos modificar a sociedade. Se não denunciarem, a situação prevalece e fica cada vez mais agressiva e pior para todos.”
Vítimas do preconceito
Os palestrantes contaram que enfrentaram preconceito velado ou direto, desde a infância. “Sim, várias vezes. Não conseguimos achar um negro que ainda não sofreu”, diz o professor. “Uma tese do Silvio Almeida sobre o racismo estrutural, mostra que não temos uma noção dos locais que a gente não tem acesso, as dificuldades na educação, política e em outras questões. Às vezes a gente não notava como era, mas, agora percebemos.”
Para Aranha, o preconceito é “ainda uma situação muito comum, alguns não conseguem perceber um sistema racista ou racismo. Mas, as pessoas só percebem quando acontecem o ato real, a injúria racial que é o xingamento e elas acham que está tranquilo e não percebem ao seu redor o quanto isso é prejudicial.
Um exemplo citado por ele, é quando o cidadão “não consegue perceber que onde ele está não tem mais pessoas negras, tem só ele ou não tem ninguém. A presença do negro é notada e muitas vezes questionada, mas a ausência passa muitas vezes despercebida”.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pouso Alegre criou a Comissão de Promoção da Igualdade Racial, há dois meses. A presidente da comissão, Luciene Melo, cita que “o objetivo é combater o racismo estrutural na advocacia mineira e em toda a sociedade e criar eventos durante o ano em prol desse tema”.
Lucas Coldibelli, mediador da Mesa Redonda, enfatiza que é papel da sociedade e dos estudantes combater a discriminação racial e racismo. “A injúria contra outras pessoas devido à cor é um absurdo, e é algo histórico que vem da nossa sociedade. Esse o início de um debate do D.A. sobre o racismo no Sul de Minas e no Brasil.”
Somos todos iguais
Aranha aconselha que quem enfrentar ou testemunhar ato de preconceito ou racismo, “não aceite, mas tenha inteligência porque não é um sistema novo. A história mostra que todos que se rebelaram e enfrentaram esse tipo de situação acabaram tendo um prejuízo, uma retaliação.” Denúncias de discriminação racial pode ser feitas pelo telefone 190, da Polícia Militar.
Professor Amauri aconselha que quem comete racismo ou preconceito racial, mesmo sem admitir, amplie a forma de ver o mundo. “Cada vez mais a legislação está se aperfeiçoando, de forma que cada vez mais, pessoas que têm esse pensamento retrógrado, possam mudar a sua concepção e ver que todos nós somos iguais.”
A Mesa Redonda Racismo, Esporte e Direito reuniu o escritor e ex-goleiro Mário Lúcio, conhecido como ‘Aranha’, com o advogado e professor Amauri Ludovico, em Pouso Alegre. A ação aberta ao público foi realizada pelo Diretório Acadêmico, na Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM), para conscientizar sobre o racismo e defender a igualdade, na última sexta-feira (04/11).
“O racismo está em todo lugar, não só no esporte, na educação, mas, dentro de cada pessoa que atrapalha o desenvolvimento do país”. É o que enfatizou Aranha membro do Grupo de Trabalho da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para enfrentamento ao racismo e violência no futebol, que teve a primeira reunião em 1º de novembro. “Teremos ações emergenciais, mais rápidas, mas, o intuito é o planejar a longo prazo para ter ações que vão refletir diretamente e trazer um benefício permanente no futebol.”
Engajado no combate ao preconceito desde quando era atleta, ele viu o convite para a Mesa Redonda, como uma chance de falar da conscientização. “Eu não conheço uma maneira de resolver o problema sem ser falando sobre ele ou debatendo”. O advogado concorda. “Nós vivemos um momento muito grande de intolerância no país e o debate é uma maneira para colaborarmos para a construção de uma sociedade mais digna e que o princípio da igualdade possa prosperar.”
Racismo e preconceito no Brasil
Autor dos livros ‘Brasil Tumbeiro’ e ‘Patrocínio’, que abordam questões históricas da população negra, Aranha relaciona essas obras e a atualidade. “Estamos num momento interessante de desconstrução, debate e criação. Muito do material que existia até pouco tempo, para não dizer que era fictício, mentiroso, é algo que passou por Photoshop histórico. Tem muito conteúdo e livro surgindo, com uma visão da população, do homem negro contanto um pouco da sua própria história.”
A dificuldade em lidar com o preconceito é a negação, conta o escritor. “As pessoas negavam a existência do racismo mesmo vendo, conhecendo alguém. E de uns tempos para cá as pessoas começaram a criar coragem para se expor como racistas, expor ideias racistas e isso facilita o nosso combate também.”
O cenário do racismo e preconceito piorou nos últimos anos, considera o advogado. “O importante é que as pessoas estão tendo coragem de denunciar questões de racismo e de injúria, pois só assim tentaremos modificar a sociedade. Se não denunciarem, a situação prevalece e fica cada vez mais agressiva e pior para todos.”
Vítimas do preconceito
Os palestrantes contaram que enfrentaram preconceito velado ou direto, desde a infância. “Sim, várias vezes. Não conseguimos achar um negro que ainda não sofreu”, diz o professor. “Uma tese do Silvio Almeida sobre o racismo estrutural, mostra que não temos uma noção dos locais que a gente não tem acesso, as dificuldades na educação, política e em outras questões. Às vezes a gente não notava como era, mas, agora percebemos.”
Para Aranha, o preconceito é “ainda uma situação muito comum, alguns não conseguem perceber um sistema racista ou racismo. Mas, as pessoas só percebem quando acontecem o ato real, a injúria racial que é o xingamento e elas acham que está tranquilo e não percebem ao seu redor o quanto isso é prejudicial.
Um exemplo citado por ele, é quando o cidadão “não consegue perceber que onde ele está não tem mais pessoas negras, tem só ele ou não tem ninguém. A presença do negro é notada e muitas vezes questionada, mas a ausência passa muitas vezes despercebida”.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pouso Alegre criou a Comissão de Promoção da Igualdade Racial, há dois meses. A presidente da comissão, Luciene Melo, cita que “o objetivo é combater o racismo estrutural na advocacia mineira e em toda a sociedade e criar eventos durante o ano em prol desse tema”.
Lucas Coldibelli, mediador da Mesa Redonda, enfatiza que é papel da sociedade e dos estudantes combater a discriminação racial e racismo. “A injúria contra outras pessoas devido à cor é um absurdo, e é algo histórico que vem da nossa sociedade. Esse o início de um debate do D.A. sobre o racismo no Sul de Minas e no Brasil.”
Somos todos iguais
Aranha aconselha que quem enfrentar ou testemunhar ato de preconceito ou racismo, “não aceite, mas tenha inteligência porque não é um sistema novo. A história mostra que todos que se rebelaram e enfrentaram esse tipo de situação acabaram tendo um prejuízo, uma retaliação.” Denúncias de discriminação racial pode ser feitas pelo telefone 190, da Polícia Militar.
Professor Amauri aconselha que quem comete racismo ou preconceito racial, mesmo sem admitir, amplie a forma de ver o mundo. “Cada vez mais a legislação está se aperfeiçoando, de forma que cada vez mais, pessoas que têm esse pensamento retrógrado, possam mudar a sua concepção e ver que todos nós somos iguais.”
Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.