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Padre de Itajubá denuncia folheto com fake news eleitoral que usa nome da igreja

Padre de Itajubá denuncia distribuição de folheto com Fake News que usa nome da Igreja. Imagem reprodução.

O padre Valmir Teixeira denunciou em missas que um grupo distribui panfletos com fake news eleitoral dentro de igrejas, em Itajubá, Sul de Minas. O folheto que cita ‘Instruções da Igreja Católica para escolher em quem votar’ não foi feito pela igreja, alerta o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Soledade.

Após questionar e denunciar a distribuição do material, o religioso disse que chegou a receber ligações com ameaças. “Mas eu não tenho medo, continuarei defendendo a verdade do Evangelho”. Segundo o pároco, um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) distribui os panfletos desde sexta-feira (21/10).

O padre abordou o grupo que distribuía o material no sábado (22/10) e sofreu ofensas. Ele conta que uma mulher que estava na igreja “disse que achava errado o que eles estavam fazendo”. Um dos integrantes do grupo a ameaçou ao dizer “eu sei o caminho que você vai para casa e onde você mora”.

Ao falar do assunto no domingo (23/10), padre Valmir argumentou que ao se infiltrar nas igrejas para distribuir o material, o grupo comete “crime eleitoral e atentado contra a liberdade religiosa”. E alerta que “isso não é material da igreja” e que para distribuir material em igrejas é preciso de autorização. “Isso não tem nem autorização minha e nem da autoridade maior de nossa igreja particular, que é o bispo”, disse padre Valmir durante a missa.

“Cada eleitor tem o direito de escolher seu candidato. Colocar alguma coisa, determinar candidato ou partido, já seria autoritarismo; seria ditadura e não democracia, pois, a igreja é apartidária, a igreja é para todos os cristãos independente de x ou y”, afirmou padre Valmir.

Apuração do caso

O Cartório Eleitoral de Itajubá recebeu várias denúncias desde domingo e uma representação do Ministério Público Eleitoral. O chefe do Cartório Eleitoral de Itajubá, Alex Giroto, detalha que denúncias sobre a questão dos folhetos e ameaças foram recebidas pelo site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) e aplicativo Pardal.

“O promotor eleitoral vai analisar se houve crime eleitoral e vai tomar as medidas que entender cabíveis. O juiz eleitoral vai analisar a questão e determinar medidas relacionadas ao poder de polícia, se for este o entendimento.”

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