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Júri popular absolve acusado de envenenar padre da Canção Nova em Ouro Fino

João Carlos Zaratini estava preso desde novembro de 2019 aguardando julgamento; votação foi apertada e MP não tem intenção de recorrer

Iago Almeida / 25 agosto 2022

 

Preso preventivamente desde 2019, João Carlos Zaratini, de 54 anos, foi absolvido da acusação de tentativa de homicídio contra duas pessoas em Ouro Fino, crime que ocorreu em janeiro de 2018 no distrito de Crisólia. O julgamento aconteceu nesta quarta-feira (24/08).

O homem era acusado de envenenar Padre Paulino, da Comunidade Canção Nova, de Cachoeira Paulista/SP, e a mãe do sacerdote, Adelaide Nogueira Costa, que na época tinha 81 anos. O padre e a idosa acompanharam todo o julgamento.

Por 4×3, o réu acabou absolvido pelo júri popular e teve o alvará de soltura expedido em plenário, logo após a leitura da sentença. Com isso, o réu já está em liberdade e não responderá por mais nenhum crime.

“A acusação pediu prisão preventiva e depois pediu condenação, sem provas. Não juntou vídeo, áudio, imagens, nada que fosse ele o autor do crime, sequer uma testemunha. E para piorar, o réu tinha deficiência intelectual, ficou 03 anos preso sem saber o que estava acontecendo”, comentou o advogado de defesa, Dr. Rafael Silva.

Segundo a Promotoria de Justiça o Ministério Público poderia apelar da sentença, mesmo com o entendimento pacífico de que a decisão em Plenário de Júri é soberana. Entretanto, segundo o Promotor de Justiça de Jacutinga, Carlos César Marques Luz, o MP não tem intenção de recorrer.

Na foto, o Promotor de Justiça de Jacutinga, Carlos César Marques Luz, e o advogado de defesa, Dr. Rafael Silva / Imagens: Canal Sul das Gerais

Relembre o caso

Padre Paulinho e a mãe dele, dona Adelaide Nogueira Costa, ingeriram uma certa quantidade de veneno e foram hospitalizados em janeiro de 2018. Na época, o sacerdote estava passando férias no distrito de Crisólia, em Ouro Fino (MG), onde foi criado.

O fato ocorreu em um sábado, na hora do almoço. Quando o almoço já estava pronto, o padre foi chamado para fazer uma visita à uma pessoa do bairro que estava doente. Dona Adelaide o acompanhou.

Ao retornarem para a residência, padre Paulinho e dona Adelaide almoçaram normalmente. Em seguida, como era de costume, a mãe do padre serviu a mesma comida para os gatos. Instantes depois, os três gatos passaram mal e morreram.

 

Padre Paulinho durante Celebração Eucarística / Foto: Arquivo CN

O padre e a mãe também começaram a passar mal e procuraram o hospital em Ouro Fino. Os dois foram internados imediatamente e deu início ao processo de desintoxicação. O caso do padre era mais grave e ele foi transferido para a UTI do hospital Santa Paula em Pouso Alegre, com princípio de arritmia cardíaca.

Logo após o fato, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as causas do envenenamento. O suspeito do crime, que foi julgado nesta semana, acabou sendo preso apenas em novembro de 2019, quase dois anos após a tentativa de homicídio.

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