O Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) anunciou no último dia 20 de julho, demissões em dois campus, em Inconfidentes e Muzambinho, devido ao corte de verbas anunciado pelo governo federal. Ao todo, 12 funcionários terceirizados foram cortados no IF Inconfidentes; entretanto, foram poupados os que têm contato direto com os estudantes.
De acordo com o instituto, os últimos cortes anunciados pelo governo impactaram em 11,71% do orçamento total da instituição. Somente neste ano, o Governo Federal reduziu em mais de R$500 mil os recursos para o Campus Inconfidentes.
Além disso, o instituto tomou outras ações como: suspendeu e cancelou algumas atividades (diárias de visitas técnicas), diminuiu os insumos das escolas fazenda e racionou energia elétrica e água. De acordo com o diretor-geral do IF Inconfidentes, professor Luiz Flávio Reis Fernandes, a última medida tomada foram as demissões.
“Tentamos, de todas as formas, buscar artifícios dentro da instituição para evitar as demissões. Algumas ações foram suspensas e canceladas. Mas para conseguirmos encerrar o ano letivo de 2022, tivemos que demitir. A última coisa que desejo, enquanto gestor, é chegar a esta situação”, disse o diretor-geral.
“Passamos por momentos difíceis, alguns anos atrás, por causa da pandemia, e conseguimos segurar as demissões por saber que são pais e mães de família que têm na instituição o seu sustento. Mas, infelizmente, é algo vertical, que vem de Brasília, e a gente tem que cumprir seguindo a responsabilidade institucional”, completou.
De acordo com ele, esta foi a pior decisão que ele precisou tomar nos quatro anos de gestão, que estão se encerrando. “Nós passamos por um momento parecido com este, em 2019, logo ao assumir o primeiro mandato. Foi duro e agora se repete esta questão. Sobretudo, dizer que a gente sente e sofre junto com esses servidores porque me coloco na pele deles. Sinto a dor deles”, disse.
Além disso, o diretor afirmou que o corte vai impactar em toda estrutura do Campus Inconfidentes, desde os aspectos administrativos, pedagógicos, manutenção e infraestrutura. Entretanto, ele confirmou que há uma previsão de que os demitidos possam ser realocados em suas vagas, caso a situação melhore.
“A única expectativa que fica é que se houver um novo aporte financeiro de custeio do Governo Federal, a gente possa readmitir o pessoal. Esta é minha grande expectativa, não uma promessa. Passado o período eleitoral e as coisas encaminharem, não politicamente, mas sim administrativamente, a gente possa ter parte deste recurso ou até mesmo todo o recurso de volta, a gente possa readmitir o pessoal para compor a nossa equipe”, explicou.
Questionado se o corte iria atingir as outras unidades, o IF afirmou que por enquanto não há necessidade de demissões em Carmo de Minas, Machado, Passos, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Três Corações. Mas, o diretor não descartou mais demissões caso haja mais cortes por parte do governo.
“Caso ocorram novos cortes financeiros este ano ou até mesmo o orçamento para ano que vem não seja revisto, poderemos ter novas demissões. Já foi prevista na LOA (Lei Orçamentária Anual) um corte de R$300 milhões para toda a Rede Federal para 2023. Se mantido esse corte, a expectativa é que R$350 mil a R$400mil sejam impactados no Campus Inconfidentes. Ou seja, começaremos o ano que vem com R$400 mil a menos do que temos hoje. Isso ficaria insustentável, tendo que cortar ações dentro da instituição”, enfatizou.
Vale destacar que a instituição oferece curtos técnicos integrados ao ensino médio, cursos de especialização, Proeja, graduação, pós graduação, cursos na modalidade EaD e cursos de formação inicial e continuada em toda a região. Este ano, o IF Inconfidentes ainda conquistou R$500 mil em Emendas Parlamentares, o que segundo o diretor foi importante para evitar ainda mais problemas.
“Se não fosse isso (as emendas), certamente teríamos cortes maiores e mais demissões de pessoas. Na Fazenda Escola, trabalhamos com eficiência e saímos de uma arrecadação de R$ 700mil por ano, para mais de R$1 milhão. Aumentamos as matrículas. Saímos de 1.800 matrículas, em 2018, para 4.900 matrículas este ano. Tudo isso são ações para alavancar a arrecadação para a instituição”, encerrou o diretor.