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Escolas estaduais têm 80% de greve na região de Pouso Alegre, afirma sindicato

Assembleia estadual definiu continuidade da greve a partir desta quinta-feira (17/03)

Nayara Andery / 17 março 2022

Greve da educação chega a 80 porcento na regional de Pouso Alegre, afirma SindUTE. Imagem SindUTE/MG.

A greve de servidores da educação estadual de Minas Gerais começou em 9 de março e segue por tempo indeterminado, define o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação-MG (SindUTE/MG). Na região de Pouso Alegre, a adesão é de aproximadamente 80% das escolas e salas estaduais em escolas municipais, afirma a regional do SinduUTE/MG. A última assembleia estadual aconteceu nesta quarta-feira (17/03) e as regionais seguem a deliberação.

Os servidores são contra o projeto de recuperação fiscal e pedem que o Governo de Minas Gerais pague o piso nacional da categoria, que é de R$ 3845,63 para 40 horas de trabalho. O estado paga R$ 2135,64 por 24 horas trabalhadas e os servidores querem o piso assegurado por lei, para a carga horária estadual.

Escolas em greve na região

Em Pouso Alegre são oito escolas e turmas estadualizadas com adesão total e quatro parciais à greve, garante o professor e membro do SindUTE/MG, Marcos Pachecão. A adesão total é nas escolas estaduais Monsenhor José Paulino, Dr. José Marques de Oliveira, Joaquim Queiroz, Presidente Bernardes (exceto Cesu), Geraldina Tosta e a partir desta quinta-feira (17/03), na Virgília Pascoal. As salas estadualizadas em escolas municipais nos bairros Árvore Grande e Algodão também estão em greve, no horário noturno.

A adesão parcial no município é nas escola estaduais Pres. Arthur da Costa e Silva (Polivalente) e Dom João Rezende Costa. Na região, a greve se estende a Cambuí, Congonhal, Cordislândia, Estiva, Extrema, Ipuiuna, Jacutinga, Munhoz, Ouro Fino, Silvianópolis e Turvolândia.

Situação depende de conciliação

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) remarcou audiência de conciliação entre SindUTE/MG e governo estadual. A audiência que seria em 14 de março, foi prorrogada para 21 de março, às 14h, em Belo Horizonte. Segundo o sindicato, desde 2019 a instituição pede os reajustes do Piso e 39 ofícios já foram entregues por ele ao governo, sem proposta.

 

Romeu Zema, governador de MG, afirmou em entrevista ao jornal “O Globo” que age dentro da legalidade. Ele alerta “que quem fizer o que é ilegal vai responder com rigor por isto. Quem fechar estradas ou impedir outros profissionais de trabalhar por se sentir insatisfeito com os reajustes propostos, por exemplo, será tratado com máximo rigor pela advocacia do estado. Será processado, terá seu ponto cortado, e isto pode levar até a demissões.”

Movimento quer ampliar greve no Sul de Minas

Uma assembleia será realizada nesta quinta-feira (17/03), às 17h, para ampliar e definir os rumos da paralisação em Pouso Alegre. O intuito do SindUTE/MG é levar o tema aos educadores que não aderiram ao movimento grevista. Extrema também terá reunião para apresentar as ações definidas pelo SindUte na última quarta-feira, em Belo Horizonte.

Pachecão explica que apesar das críticas à greve, “as pessoas precisam entender que reivindicamos um direito da categoria, previsto nacionalmente. E desde o início da pandemia trabalhamos dobrado, sem nenhum investimento do estado. Professores usaram seu próprio dinheiro e computador e os alunos muitas vezes nem tinham como participar das aulas virtuais”.

Ele fala de outro ponto do movimento grevista no estado. “Somos contra o projeto de recuperação fiscal. Ele vai sucatear a educação, com demissão, terceirização e isso trará um prejuízo enorme aos estudantes.”

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