Momento que a van chegou em São Tomé das Letras pra deixar os 3 adultos / Foto: Prefeitura de São Tomé das Letras

Um caso envolvendo duas prefeituras do Sul de Minas tomou uma grande repercussão durante o fim de semana. Neste domingo (13/03), a Prefeitura de São Tomé das Letras divulgou uma nota de repúdio, afirmando que uma van da Secretaria de Assistência Social de Extrema havia colocado pessoas em situação de vulnerabilidade em uma van e “despejado” na cidade. O caso gerou questionamentos e críticas nas redes sociais.

“A Prefeitura de São Tomé das Letras vem a público manifestar seu repúdio à atitude do município de Extrema, que colocou cidadãos em situação de vulnerabilidade dentro de uma van e despejou em São Tomé das Letras, sem ter feito um contato com a assistência social do nosso município. É princípio da Assistência Social articular ações que zelem pela garantia de direitos humanos e segurança dos cidadãos”, criticou a nota de repúdio.

Ainda de acordo com a Prefeitura de São Tomé das Letras, câmeras de segurança mostraram o grupo sendo deixado pela van da Prefeitura de Extrema e eles ficaram acampados na entrada da cidade, com seus pertences.

Local que os 3 adultos resolveram dormir, após a van ter os deixado na cidade / Foto: Prefeitura de São Tomé das Letras

“Repudiamos tal atitude, primeiramente pela irresponsabilidade, já que o papel da Assistência Social de cada município, como o próprio nome diz, é assistir e não descartar à qualquer custo ou de qualquer forma seus cidadãos vulneráveis. A Assistência Social de São Tomé das Letras não faz isso com ninguém. São inúmeros casos nesse sentido e nós nunca fugimos de nossa responsabilidade, mesmo que isso já tenha nos causado muitos prejuízos, nós sempre prestamos a assistência às pessoas, de forma correta, digna e humana, até o final”, completou a nota.

Por fim, a nota afirmou que após articulação da equipe responsável, estavam esperando que o município de Extrema buscasse os cidadãos de volta. “Ressaltamos que prezamos pela segurança e garantia de seus direitos e desta forma, repudiamos completamente ações não articuladas e que ferem o código de ética dos profissionais que atuam diariamente na garantia dos direitos humanos”, encerrou.

Extrema negou acusação

Com isso, a Prefeitura de Extrema emitiu uma nota explicativa, pouco tempo depois, afirmando que ” foi surpreendida com uma publicação da Prefeitura de São Thomé das Letras”. De acordo com a Prefeitura, 3 pessoas de uma mesma família estavam acampados na cidade desde o dia 10 de março, no canteiro da Av. Nicolau Cesarino, próximo à rodoviária, quando o Centro de Referência Especializado de Assistência Social teria abordado o grupo para colher informações e identificar interesses deles.

“Neste contato foi solicitado apoio dos mesmos para encontrar com familiares, entre Três Corações e São Thomé das Letras (não havia endereço específico, por ser Zona Rural). Após acordo com a equipe, foi disponibilizado o transporte para levá-los até a localidade, entretanto, quando a equipe avançou, até a chegada no Portal de São Thomé das Letras, resolveu parar para identificar o local, já que já havia passado do local combinado e não encontraram ninguém. Quando o veículo estacionou para rever o percurso, foi decido pela equipe que como não havia nenhum familiar no trajeto combinado, o grupo retornaria para Extrema. Nesse momento, os integrantes do grupo demonstraram agressividade e não aceitaram retornar, afirmando que a decisão de permanecer era deles, já que eram maiores de idade. Não aceitaram nem ao menos ir até o centro da Cidade. Sendo assim, eles desceram do veículo e a equipe retornou para Extrema/MG, não foram em nenhum momento despejados, todos esses fatos podem ser comprovados pelo próprio grupo”, explicou a Prefeitura de Extrema.

“E domingo, após dezenas de tentativas da nossa prefeitura com a de Extrema, a assistência novamente buscou eles de volta”, afirmou / Foto: Prefeitura de São Tomé das Letras

Na nota, a Prefeitura ainda afirma que a administração de São Tomé das Letras entrou em contato no sábado (12/03), às 17h, para tratar do assunto e que imediatamente os responsáveis iniciaram as intervenções e troca de informações, uma vez que elas divergiam com as que que o grupo havia passado.