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VÍDEOS: Sul-mineiro na Ucrânia busca bunker para se proteger e relata tensão

'Recebemos avisos de muitos ataques', relata David Abu-Gharbil, que se mudou há dois meses para Kiev, capital da Ucrânia

Iago Almeida / 24 fevereiro 2022

Reprodução Instagram

Após quatro meses de ensaios, a Rússia confirmou as especulações norte-americanas e invadiu a vizinha Ucrânia, provocando a maior tensão na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). E, um sul-mineiro que está vivendo em Kiev, capital da Ucrânia, relatou em vídeos publicados nas redes sociais a tensão de estar em meio aos ataques russos.

David Abu-Gharbil, natural de Coqueiral-MG, esta morando no país europeu há dois meses; formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Metodista de Piracicaba/SP, ele foi estudar e trabalhar no Mercado Financeiro. Logo no início do dia, o sul-mineiro relatou que os ucranianos estavam com medo e em choque e que não era mais possível sair da capital, uma vez que o espaço aéreo estava fechado e a saída para Polônia, por terra, estava congestionada.

“Hoje a situação ficou feia, desde ontem a gente vem enfrentando esse problema. A gente via na fisionomia do povo ucraniano, que pioraram muito, eles ficaram em choque, com medo. E hoje pela manhã tocou a sirene avisando que a Rússia entrou e estaremos em estado de guerra”, afirmou ele.

“O espaço aéreo está fechado, ou seja, não dá pra sair daqui voando, e as ruas estão lotadas sentido Polônia, então não tem como sair. Acabou gasolina, muitos carros parados, então o que nos resta é protegermos. Eu vou encontrar uns brasileiros agora, vou fazer umas compras de comida, para não passar fome, e ficar junto, o que resta a nós é isso e vamos ver no que dá”, completou.

Depois, em outro vídeo, David Abu-Gharbil apareceu do lado de fora de um bunker (estrutura ou reduto fortificado, parcialmente ou totalmente construído embaixo da terra, feito para resistir a projéteis de guerra), onde esperava para se proteger dos ataques dos russos. 

“Estamos esperando perto do bunker. Caso tenha algum ataque, a gente vai tudo pra dentro. Tem crianças, famílias, pessoal com malas. A gente vai estar seguro lá embaixo. Vamos esperar um pouco, quando ocorrer uma bomba, ou algo parecido, a gente vai pra baixo. Estamos aguardando porque recebemos avisos de que terão muitos ataques na cidade”, disse ele em suas redes sociais.

Mais tarde, em um novo vídeo divulgado em seu Instagram, David contou que os supermercados de Kiev estavam cheios e que os produtos estariam começando a acabar. Além disso, ele afirmou que precisava sacar dinheiro para que o problema não fosse ainda maior na capital do país europeu. 

“Desisti de ficar no supermercado, porque as filas estão enormes e já não tem muitas coisas. Vou procurar um supermercado de bairro, que aqui tem de monte, e tentar comprar pelo menos um pão, porque eu acabo trabalhando até tarde e não tive muito tempo essa semana de sair para comprar”, comentou David.

“Estou indo encontrar os brasileiro também agora, eles jogam bola aqui, então eu vou juntar com eles e a gente vai decidir o que é melhor pra nós. Eles vão me ajudar também em algumas coisas, a gente vai no supermercado, preciso sacar dinheiro, se não dá ruim mais ainda”, completou ele.

“Vamos seguindo. Hoje a cidade está meio nebulosa, estamos na expectativa aí do que vai acontecer”, encerrou o sul-mineiro.

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