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Gaeco prende em Heliodora e Pouso Alegre suspeitos por venda de produtos falsos na internet

Carros de luxo comprados pelos suspeitos com o dinheiro obtido nas vendas dos produtos falsificados. Imagem: reprodução PRF/Gaeco

Dois homens foram presos em Heliodora, no Sul de Minas, por venda de produtos falsificados pela internet. Os suspeitos movimentaram quase R$ 2 milhões nos últimos anos. Eles davam prejuízos às empresas donas de plataforma de vendas online e nos consumidores finais.

As prisões foram feitas durante uma operação realizada, nesta terça-feira (07/12), pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Estadual. A operação recebeu o nome de ‘Marketplace’ exatamente pelo tipo de crime praticado pelos investigados.

A investigação teve início após a PRF receber denúncia anônima sobre o crime, em maio deste ano. A informação foi repassada ao Gaeco, que passou a coordenar os levantamentos. Nesta terça foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão. (VEJA MAIS DETALHES E ENTREVISTAS NO MANDU NEWS DESTA TERÇA, ÀS 18H30 NO FACE E NO YOUTUBE DO TERRA DO MANDU).

Nos endereços, os policiais e promotores encontraram milhares de itens que eram vendidos pela internet. A quantidade de produto encheu cinco viaturas da polícia. Seis carros de luxo e mais de R$ 20 mil em dinheiro. Um dos homens investigados não foi localizado e o mandado de prisão continua em aberto.

As mercadorias estavam em casas e galpões de Heliodora. O homem que seria o gerente do negócio criminoso estaria morando em Pouso Alegre, cidade vizinha de Heliodora, mas não foi encontrado no endereço.

Pequena parte da mercadoria apreendida em casas e galpões de Heliodora. Foto: PRF/Gaeco

Crime em família

De acordo com as investigações, dois irmãos comandavam o negócio. Eles seriam auxiliados por parentes e pessoas próximas. O promotor do Gaeco, Eduardo de Paula Machado, explica que o grupo criminoso pegava os dados pessoas dessas pessoas para aberturas de contas nas plataformas de marketplace e para abertura de contas bancárias.

“Então, através da internet eram feitas as vendas online, o dinheiro entrava na conta dessas terceiras pessoas e retornava às pessoas investigadas, que convertia o dinheiro em automóveis de luxo, por exemplo, diz o promotor.

Ainda segundo o promotor, as empresas de marketplace também sofriam prejuízos. Quando o consumidor recebia a mercadoria em casa e reclamava que era falsa, a empresa dona da plataforma devolvia o dinheiro para o comprador, mas não encontrava mais o vendedor da mercadoria, que já tinha fechado a conta na plataforma. “Isso quando o comprador nem reclamava ou nem notava se tratar de produto falsificado”, conta.

A investigação apontou também que os suspeitos compravam os produtos falsificados e mandavam confeccionar caixas e embalagem para simular marcas originais e enviar ar mercadorias para os consumidores, anunciando como originais.

Entre os milhares de itens anunciados e apreendidos estão fones de ouvido, relógios, joysticks, carregadores de telefones celulares. Esses produtos eram anunciados com preços ligeiramente inferiores aos dos produtos autênticos. Somente após a entrega é que os consumidores percebiam tratar-se de coisa falsificada.

R$ 50 mil movimentados por dia

Além de lesarem os consumidores, foi apurado que os investigados também violavam a propriedade intelectual dos detentores das patentes e praticavam fraude fiscal, notadamente com a abertura de dezenas de empresas e de contas bancárias para pulverizar as atividades comerciais ilícitas do grupo.

Os indícios, até o momento colhidos, indicam um faturamento mensal de cerca de R$ 50 mil, gerando ganhos financeiros estimados em R$ 1,8 milhão desde o final de 2018.

Na operação desta terça, participaram das diligências seis promotores de Justiça, quatro servidores do MPMG, mais de 20 policiais militares e rodoviários federais, além de dois auditores da Receita Estadual.