Notícia

Homem é autuado novamente ao transportar aves silvestres em Caxambu

É a segunda vez que a PRF autua ele pelo mesmo crime em pouco mais de dois meses, na mesma rodovia

Nayara Andery / 30 novembro 2021

Na segunda apreensão 16 trinca-ferros estavam em gaiolas apertadas. Imagem PRF

A Polícia Rodoviária Federal apreendeu 16 trinca-ferros que estavam em quatro gaiolas, dentro de um Classic, com placas de Santos Dumont (MG), na BR 267, em Caxambu. É a segunda apreensão com o mesmo infrator de 41 anos, em pouco mais de dois meses. A PRF encontrou as gaiolas no banco traseiro do veículo no km 302, às 18h30 desta segunda-feira (29/11).

O espaço reduzido impedia as aves até mesmo de se movimentarem, relatou a PRF. Os trinca-ferros foram entregues para a Polícia Ambiental Militar de São Lourenço e serão identificadas. Ainda não foi informado qual será o destino das aves.

Trinca-ferro é uma ave silvestre típica de região de Mata Atlântica que habita no Brasil e também é encontrada na Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. O condutor de 41 anos que transportava os animais informou à PRF que levava as 16 aves para Duque de Caxias (RJ). Ele responde por vários processos relativos a crimes contra a fauna silvestre.

Homem cometeu o mesmo crime em cerca de dois meses

Nessa mesma rodovia esse homem já foi autuado pela própria PRF por transportar 111 trinca-ferros em 12 de setembro, há 79 dias. O total das duas apreensões é de 127 aves da mesma espécie silvestre. Na ocorrência recente ele é acusado de infringir o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais nº 9605: “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”.

A pena prevista para esse crime é de seis meses a um ano de detenção e multa. O homem foi autuado também por estar sem habilitação e teve o veículo apreendido e levado para o pátio do Detran, em Caxambu.

Morte de animais traficados

O tráfico de animais silvestres é a terceira maior atividade ilegal do mundo, aponta a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). A instituição destaca que o Brasil tem 38 milhões de animais silvestres retirados todos os anos da natureza.

A Lei de Crimes Ambientais proíbe desde a caça e perseguição, até a venda desses animais. Comete o crime também quem: impede a procriação da fauna sem licença; modifica, danifica ou destrói ninhos, abrigos e criadouros naturais e; vende, expõe à venda, exporta, adquire, guarda, tem em cativeiro, usa ou transporta tudo o que vem de criadouros não autorizados.

O caminho entre a retirada ilegal desses animais da natureza e a entrega ao consumidor final, mata nove de cada dez animais traficados. O dado é da Renctas, que chama a atenção para o comércio ilegal no Brasil que movimenta aproximadamente U2$ 2 bi a cada ano.

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