A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Max William Gonçalves Campos, de Pouso Alegre, Sul de Minas, em um luxuoso resort de Pernambuco. O pouso-alegrense foi preso na praia de Muro Alto, região de Porto de Galinhas, em um bangalô onde a diária custa nada menos que R$ 5 mil.
A prisão ocorreu às 06h de quinta-feira passada, dia 04. Max não reagiu. Apenas avisou aos policiais que a mulher estava grávida. Ela não foi detida. O caso ganhou repercussão nacional ao ser mostrado no Fantástico da rede Globo, neste domingo (07).
Segundo a reportagem, a investigação da Polícia do Rio de Janeiro o pouso-alegrense faz parte de uma quadrilha acusada de desviar milhões de reais de contas clonadas. Os estelionatários contavam com a ajuda de gerentes de agências bancárias. Ele tem símbolos dos bancos tatuados nos braços, além de uma máscara com os dizeres: vigarista.
Max William Gonçalves Campos, conhecido como Mineiro, é acusado de fraudes financeiras, estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Oficialmente, ele não tem emprego, mas na conta bancária guardava quase um milhão de reais.
Segundo a reportagem do Fantástico, a investigação da Polícia Civil durou mais de um ano. Só nos últimos meses, o esquema da quadrilha movimentou mais de 13 milhões de reais. Os criminosos desenvolveram uma estrutura sofisticada que envolvia a participação de gerentes de bancos, dois policiais militares, um policial civil e muita tecnologia.
Quem comandava o esquema
De acordo com as investigações, tudo era comandado por Eduardo da Costa Pereira, conhecido como Frango ou Edu Miami. Nas redes sociais, ele se apresentava como empresário e investidor. Mas essa não era a origem de tanto dinheiro. De uma sala comercial em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, ele comandava uma verdadeira central de golpes.
Os investigadores ficaram surpresos com o uso de informações extraídas de bancos de dados da própria polícia.
Como funcionava o esquema
O esquema funcionava assim: um sargento e um capitão da Polícia Militar acessavam o sistema e identificavam possíveis vítimas para os golpes. E um Policial Civil, também do Rio, buscava dados de pessoas mortas. Os três repassavam as informações para Eduardo. Depois, a quadrilha acionava seus integrantes dentro dos bancos: gerentes que participavam do esquema. Os criminosos usavam cartões de crédito clonados e cheques com assinaturas idênticas às originais.
Os presos vão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato, entre outros crimes.
Em nota enviada ao Fantástico, a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, disse que as instituições estão comprometidas com o aprimoramento constante dos sistemas de segurança das instituições, para garantir a eficiência das operações financeiras cotidianas de milhões de brasileiros. E que os bancos atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos.
As defesas dos dois citados na reportagem não se pronunciaram sobre o caso.