Além da crise hídrica que o Brasil enfrenta, outro fator que tem interferido no fornecimento de energia elétrica são as queimadas. De acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o número de ocorrências na rede elétrica causadas por queimadas mais que dobrou no Sul de Minas em 2021.
Até agosto deste ano, foram registradas 35 queimadas, no Sul de Minas, que interromperam o fornecimento de energia para quase 25 mil clientes. No mesmo período do ano passado, a empresa registrou 17 queimadas que atingiram a rede de distribuição, afetando cerca de 7 mil clientes da região.
O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, explica que o aquecimento dos cabos e equipamentos da rede elétrica, provocado pelas queimadas, pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, distribuição e subestações.
“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao equipamento danificado pela queimada para fazer o reparo. Normalmente, ficam em locais de difícil acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas torna ainda mais desafiadora a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, afirma João José Magalhães.
Falta de chuva agrava ocorrência de queimadas
O Brasil tem enfrentado dias de escassez de chuva. Segundo o meteorologista Arthur Chaves, o período chuvoso no Sudeste do país deve começar apenas em outubro este ano. Por isso é necessário que a população se conscientize para evitar novos focos de incêndios.
“O período de chuvas deve começar somente em meados de outubro e, com a vegetação seca, qualquer princípio de fogo pode causar um grande incêndio. Dessa forma, é importante que as pessoas não façam nenhum tipo de queimada, mesmo aquelas que possam julgar controláveis, pois, devido às altas temperaturas e à umidade baixa, o fogo pode sair do controle e causar uma grande destruição”, explica o meteorologista.