Homem usa placa de papelão para buscar emprego em Pouso Alegre
Imagem repercutiu nas redes sociais e chegou ao presidente da Cimed. A reportagem conta quem é esse senhor.
Magson Gomes / 25 setembro 2021Imagem repercutiu nas redes sociais e chegou ao presidente da Cimed. A reportagem conta quem é esse senhor.
Magson Gomes / 25 setembro 2021Há três meses Carlos José Botino, de 58 anos, está vivendo em situação de rua em Pouso Alegre, Sul de Minas. Todos os dias, ele organiza seu cantinho no passeio da Escola Estadual Monsenhor José Paulino, na Rua Adalberto Ferraz.
Sobre um carpete forrado no chão está sua mala de roupas, um travesseiro, um cobertor e um lençol. Em uma cadeira de alumínio tem mais uma mala e as roupas estendidas para secar, após ele conseguir lavar na pia de um hotel da cidade. Na outra ponta está um pedaço de papelão com os dizeres ‘preciso de trabalho. Não tenho casa’.
Presidente da Cimed quer mudar essa história
As pessoas passam pelo local, algumas dão dinheiro, outros tiram fotos e divulgam nas redes sociais, no intuito que alguém consiga oferecer emprego para este homem. Neste sábado (25), o presidente do Grupo Cimed, João Adibe, também compartilhou uma dessas fotos em sua rede social de descobrir mais informações sobre este homem, com a intenção de ajudá-lo.
A reportagem do Terra do Mandu foi até a Rua Adalberto Ferraz e conversou com Carlos José Botino. Ele contou que é natural de São Paulo (SP). Chegou em Pouso Alegre no final de junho, após passar por outros estados do Brasil. Desde que chegou por aqui, já passou pelos órgãos de apoio da secretaria de Políticas Sociais. Mas disse que prefere dormir na rua a ficar no albergue, que tem muita regra para seguir. Carlos até conseguiu um trabalho em uma obra por cerca de um mês, mas continuou na rua.
Carlos não pede esmola. As pessoas que passam e dão dinheiro, que ele usa para se alimentar. Quando consegue um valor maior, dorme em um hotel da cidade. Mas logo está de volta na rua. Com sua busca por um emprego.
O homem disse que tem ensino médio completo e, quando mais jovem, antes de sair pelo Brasil, trabalhou em escritórios, fazendo serviços de office boy. Após as andanças, as poucas vezes que trabalhou foi em obras. Ele até carrega um caderno onde anota cada ano, que tipo de trabalho e por qual período permaneceu no serviço.
Família ausente e depressão
Carlos contou que tem mãe e irmãos no estado de São Paulo. Porém, diz que se sente órfão. Que a família é ausente. Esse teria sido um dos motivos para ele sair de São Paulo. Outro, e principal motivo, segundo o próprio Carlos, é que, quando tinha 30 anos, sofreu uma crise de depressão, quando não percebia sentido nas coisas.
Depois de andar por outros lugares, retornou algumas vezes para casa, e percebeu que as mesmas questões familiares continuavam. Então, decidiu manter-se longe dos parentes. Sobre as crises emocionais, Carlos afirma que buscou ajuda de psicólogos e psiquiatras e já está bem.
Carlos José Botino diz que nunca se casou e não possui nenhum vício. As pessoas entraram em contato com a reportagem após ver o homem implorar por um emprego. Essas pessoas também destacam o fato de ele estar sempre limpo, no seu canto.
A publicação do presidente da Cimed ultrapassou 12 mil curtidas e mais de mil comentários em pouco mais de uma hora. O homem já foi convidado a ir até a empresa na próxima semana, para tentar se encaixar numa vaga. A reportagem do Terra do Mandu contará o próximo passo.
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