Economia

Maior economia do Sul de Minas: Extrema completa 120 anos

O PIB de Extrema teve um crescimento de oito vezes em 10 anos, saltando de R$ 1,205 bilhão para R$ 9,523 bilhões. Cidade é a que mais gera emprego na região.

Magson Gomes / 16 setembro 2021

Extrema faz 120 anos nesta quinta-feira (16/09). A pequena cidade, de 37.649 habitantes, é uma gigante quando o assunto é economia e geração de empregos, tendo o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Sul de Minas e sendo a que mais gera novos postos de trabalho com carteira assinada.

Nos últimos 10 anos, o PIB de Extrema cresceu oito vezes, saltando de R$ 1,205 bilhão em 2008 para R$ 9,523 bilhões em 2018, dados mais recentes divulgados pelo IBGE em dezembro do ano passado. São quase R$ 2 bilhões a mais que Poços de Caldas, maior cidade da região e que tem o PIB.

Atualmente, Extrema ocupa a 9ª posição no ranking das maiores economias de Minas Gerais, estando na dianteira de 844 municípios mineiros. No Brasil está em 113º lugar, entre os mais de cinco mil municípios (veja ranking). Na renda do PIB per capta, Extrema está no 2º lugar em Minas Gerais e em 8º no Brasil.

Novas empresas e a geração de empregos

Com localização privilegiada, a 100 km de São Paulo (SP), a 100 km de Campinas e a 100 km de Pouso Alegre, às margens da rodovia Fernão Dias, grandes empresas do setor logístico têm abertos seus centros de distribuição em Extrema, atraídos também pelos incentivos do estado e do município e pela oferta de mão de obra.

A integrante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Extrema, Mônica Vieira, ressalta que o atendimento às empresas é um diferencial do município. “Desde o primeiro contato até a entrega do alvará, nós temos todo um cuidado com essa empresa, participando de todas as etapas: licenciamento ambiental, processo de vigilância sanitária, laudo de bombeiro, de obras. Então a empresa se sente segura estando em Extrema”.

Foto: Divulgação prefeitura de Extrema

Em 2021, a gigante Mercado Livre inaugurou o seu Centro de Distribuição, assim como a Infracommerce. E o Magalu anunciou a ampliação do seu CD. Com isso, centenas de novos postos de trabalho foram criados. O ramo da alimentação, com as indústrias de chocolate, e as indústrias de transformação, estão sempre com novas vagas.

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nos primeiros sete meses de 2021, Extrema criou 2.798 novos postos de trabalho com carteira assinada.

“Nós temos aqui 43% da nossa empregabilidade no setor da indústria, 38% nos serviços e 17% no comércio. E no Brasil, 23% do e-commerce está aqui no município. Mas, hoje, o que lidera é a nossa indústria de transformação”, afirmou Mônica Vieira, integrante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Extrema, em entrevista ao Mandu News no mês passado.

Um pouco de história

Extrema foi elevada à cidade em 1901, quando se desmembrou do município vizinho de Camanducaia. No que se refere à existência de um núcleo populacional na região de Extrema, a primeira referência encontrada  é de 26 de dezembro de 1788, quando foi registrado, junto à matriz de Nossa Senhora da Conceição de Camanducaia, o batismo de um menino cujos pais eram moradores no “Bairro da Extrema”.

Em agosto de 1832 foi deferida pela autoridade diocesana do Bispado de São Paulo, uma petição pela qual o fazendeiro José Alves requereu permissão para construir uma capela nesse local. Este templo foi consagrado a Santa Rita de Cássia.

Foto: Divulgação prefeitura de Extrema

Nas últimas décadas do século XIX, registrou-se a chegada, a Extrema, de imigrantes europeus, principalmente italianos e portugueses. Esses, aos poucos foram se inserindo na vida política e social local. Posteriormente, imigrantes japoneses instalaram-se no município.

O século XX foi marcado por intensas transformações na região, das quais destacamos a conclusão, em 1961, das obras da BR-31 (Atual BR 381 – Rodovia Fernão Dias); os primeiros esforços para a adoção do turismo como instrumento de desenvolvimento socioeconômico (década de 1960); a instalação da primeira indústria na década de 1970; a duplicação da BR 381, concluída em 2005; a intensificação da política de atração de indústrias (desde a década de 1980 até o presente momento) e um incentivo à diversificação da economia local aliado à preocupação com a manutenção de seus recursos naturais e culturais.

Nos últimos anos, o município se destacou em diversos indicadores socioeconômicos de Minas Gerais e do país. Destacamos a primeira posição alcançada no Índice Mineiro de Responsabilidade Social da Fundação João Pinheiro – ano base 2010 (que considera as áreas de saúde, educação, segurança pública, finanças municipais, meio ambiente, esporte e turismo, renda, assistência social e cultura).

Além disso, Extrema foi classificada em primeiro lugar no Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – edição 2015 – ano base 2013, (que analisa anualmente o desenvolvimento socioeconômico de todos os municípios brasileiros no que diz respeito aos itens emprego e renda, educação e saúde).


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