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Médico radiologista fala da síndrome pós-Covid que atinge até 80% dos infectados; vídeo

De falta de ar a tromboses. Diferentes graus de sequelas podem se manifestar nos pacientes. Exames por imagem permitem o acompanhamento e a evolução na recuperação dos casos.

Magson Gomes / 30 agosto 2021

De acordo com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, até esta segunda-feira, 30 de agosto, 2.063.829 mineiros já foram infectados pelo novo coronavírus. Desses, 1.969.870 pessoas já se recuperaram da doença.

No entanto, estudos demonstram que, até 80% dos pacientes recuperados sentem ao menos um sintoma até quatro meses depois do fim da infecção, como explica o médico radiologista Lucas Ferreira Junho, da Nítida Diagnóstico por Imagens.

É uma estatística importante. E os sintomas podem variar de processos leves, como queda de cabelo, dor de cabeça, alteração no paladar, no olfato, dispneia, que é a falta de ar leve. Mas também pode desenvolver sintomas graves, que podem estar associadas a tromboses, tromboses cerebrais, tromboses venosas, envolvendo os membros, entre outros tipos de alterações mais importantes”, explica o médico (VEJA NO VÍDEO ACIMA).

O médico Lucas Junho afirma que os pulmões têm as maiores alterações durante a infecção pela Covid-19. “O pulmão, além da agressividade do processo infeccioso que o vírus causa durante o momento da infecção, ele também pode sofrer algumas alterações, como as fibroses pulmonares, que temos ouvido bastante e, inclusive, tem gerado muito trabalho aos fisioterapeutas. E também ele pode ser exposto a tromboses das artérias pulmonares e isso traz consequências muito importante para o paciente”, conta.

O radiologista explica que, durante o período em que o paciente está com o vírus no corpo, o organismo acaba sofrendo com os ataques da doença, ao mesmo tempo que tenta se defender, e isso que vai gerar as sequelas.

O que acontece, inicialmente, é uma verdadeira guerra do organismo contra o vírus que está causando a infecção. Alguns estudos usam o termo tempestade inflamatória, para demostrar a agressividade desse processo. Exatamente essa inflamação que o organismo é exposto, durante o combate ao vírus, que traz a grande maioria dessas sequelas”, afirma Lucas Junho.

Exames de imagens mostram o grau de sequela de cada paciente

Dr Lucas mostra como as sequelas aparecem no organismo dos pacientes pós-Covid. Foto: Terra do Mandu

São através dos exames por imagens que os médicos conseguem visualizar a situação de cada paciente, apontando o diagnóstico para acompanhar o processo de recuperação do pós-Covid.

“No quesito imagem, nós temos ajudado, de várias formas, o diagnóstico e o eventual controle de um tratamento dessas alterações. Nós podemos, através da ressonância magnética, diagnosticar encefalopatias, que são as doenças cerebrais causadas pela Covid. Podemos diagnosticar tromboses cerebrais; podemos diagnosticar as miocardites, que são as inflamações do coração; através das tomografias nós fazemos as avaliações dos pulmões, avaliação do cérebro também; com o ultrassom conseguimos fazer o diagnóstico de tromboses venosas nos membros. Então, a parte de imagem tem se mostrado muito importante nos cuidados do pós-Covid”, aponta o médico radiologista Lucas Junho.

O médico radiologista ainda lembra que, além dos exames de imagens, os pacientes do pós-Covid devem ter o acompanhamento de perto de um profissional com conhecimento do processo infeccioso.

“É comum o paciente ter a fadiga, um pouco de falta de ar e todos esses sintomas que falei. Mas, precisamos ficar atentos aos casos que começam a se desviar; os casos em que a gravidade pode estar iminente. Aí sim, a radiologia pode oferecer informações bastante importantes”.

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