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Restaurante recebe ofício para não doar marmita na porta do estabelecimento

Dono de restaurante recebe ofício para não doar marmita na porta do estabelecimento; entenda!

Há cerca de 10 anos, este restaurante que fica no Centro de Pouso Alegre doa comida a pessoas em situação de rua. A doação é feita todos os dias, ao final de cada expediente. As pessoas trazem suas próprias marmitas e recebem uma farta refeição.

Nesta semana, o dono do restaurante foi surpreendido com um ofício enviado pela secretaria municipal de Políticas Sociais, onde solicita que Paulo Henrique deixe de entregar as marmitas diretamente às pessoas, na porta do seu restaurante. Paulinho diz que não irá parar de doar no local para enviar a algum ponto do município (VEJA A REPORTAGEM EM VÍDEO ACIMA).

“Simplesmente para parar de dar comida e bolar alguma coisa com eles [da prefeitura] para deixar a comida mais longe para ver se retirar eles da rua, da avenida, da praça, do centro”, conta Paulinho, como é conhecido o dono do restaurante.

O pedido não é para interromper a doação aos moradores de rua. Mas mudar a maneira de entregar. “Mas como eles estão acostumados e não saem, vou continuar dando a comida”, afirma o comerciante.

Nossa reportagem já mostrou as doações em duas oportunidades. Após o início da pandemia, houve um aumento na procura pelas refeições.

O ofício, assinado pelo secretário de Políticas Sociais Eyder Lambert, começa parabenizando a ação solidária do comerciante.

Depois de citar as possíveis causas que levam às pessoas a viver em situação de rua, o oficio informa que o município possui instituições que prestam o serviço de acolhimento, onde fornece café, refeições, banho e local para dormir, assim como o encaminhamento para a cidade de origem, para vagas de emprego e serviços de atendimento de saúde.

Por fim, o ofício da secretaria de Políticas Sociais informa que algumas dessas pessoas recusam os serviços ofertados pelo município e preferem receber as doações nas ruas, dificultando as ações do poder público.

O oficio ainda afirma que, “uma vez alcoolizados e drogados, ocupam espaços públicos e privados, gerando danos, perturbação do sossego e do trabalho alheios, promovem extorsão a transeuntes, afrontam servidores e interferem negativamente nas questões sanitárias e de saúde pública”.

A secretaria informa que, nos próximos dias, será lançada uma nova campanha para conscientizar a população a não dar esmolas nas ruas.

Diante disso, a secretaria pede que o restaurante busque uma alternativa que não seja a doação das marmitas diárias na porta do estabelecimento. O município alega que essas pessoas ficam grande parte do dia nas imediações do restaurante, causando transtornos na área central.

O dono do restaurante diz que manterá a ação de doar na porta do estabelecimento. VEJA A REPORTAGEM EM VÍDEO ACIMA.

Paulinho do restaurante com ofício recebido da prefeitura. Imagem: reprodução Terra do Mandu

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