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Hospitais estão no limite, afirmam diretores de unidades de Pouso Alegre

Com mais de 100% de ocupação, os hospitais de Pouso Alegre chegaram ao limite do atendimento aos pacientes internados com a Covid-19. Já faltam medicamentos utilizados para manter as pessoas em ventilação mecânica e já começam a faltar oxigênio. As equipes de saúde também estão exaustas.

As afirmações foram dadas por diretores dos três hospitais que atendem pessoas infectadas com o coronavírus, que participaram de uma reunião, neste domingo (28), com o prefeito de Pouso Alegre Rafael Simões (DEM), e a secretária de Saúde, Sílvia Regina Pereira. O prefeito pediu o relato de cada diretor de hospitais para ver se a população se consciente do momento que a pandemia está na cidade.

O médico e diretor do Hospital Renascentista, Andrei Alkimin Teixeira, afirma que a situação é crítica e chegaram ao limite, nesses últimos dias. “Em relação aos pacientes críticos de UTI, as internações clínicas em quartos e enfermarias, bem como o suporte medicamentoso e de oxigênio que está em limites críticos. Além do cansaço da equipe que está extenuada e precisa de apoio para vencer essa fase”.

O diretor clínico do hospital, Ricardo Alkimin Teixeira, o sistema hospitalar está saturado. O momento agora é tentar diminuir a quantidade de pessoas que estão buscando os hospitais de Pouso Alegre. “Se os hospitais estão saturados e continuar chegando pacientes, certamente, o sistema entrará em colapso”, afirma o médico e ressalta os cuidados que as pessoas devem tomar para evitar a Covid para não precisar do atendimento hospitalar.

O diretor do hospital Santa Paula, Adilson Fraga, foi ainda mais enfático na falta de medicamentos para tratar os pacientes com o coronavírus e pediu que a população ajude. “Já estamos contando com falta de medicamentos; insumos básicos dentro dos hospitais”, conta.

O Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) é a referência para o atendimento da população de Pouso Alegre e região. Mas sua capacidade já foi ultrapassada e os outros dois hospitais da cidade começaram a atender mais pessoas com a Covid. O diretor técnico do Samuel Libânio, Alexandre Hueb, diz que as pessoas não estão entendendo o que está acontecendo.

“Nós nunca tivemos uma quantidade tão grande de pessoas contaminadas com a Covid como estamos tendo agora. Vir a público para pedir para as pessoas usar álcool em gel e fazer isolamento social é um absurdo”, reclama o médico.

O diretor do HCSL afirma que não há mais como internar pacientes em UTI. “Não temos mais condições de acomodar as pessoas criticamente enfermas em ambiente de hospital. Por mais que que nos desdobremos, não tem mais espaço. Estamos com dificuldades de utilizar medicamentos que mantêm as pessoas conectadas ao ventilador [mecânico]; estamos com dificuldades de obter oxigênio que mantêm essas pessoas vivas”, explica Alexandre Hueb.

A secretária de Saúde de Pouso Alegre, Sílvia Regina Pereira, fala da exaustão dos profissionais de saúde e que as forças chegaram ao limite. “Nós clamamos, cuide de você, cuide de sua família. Faça sua parte. Alimente-se bem, hidrate-se. A família que tem uma pessoa contaminada precisa ficar em casa, precisar respeitar o isolamento para que o vírus pare de circular no meio da nossa população”, finaliza a secretária.

VEJA AS DECLARAÇÕES DOS DIRETORES DOS HOSPITAIS DE POUSO ALEGRE:

Hospitais superlotados

Conforme o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura de Pouso Alegre na sexta, com os dados de quinta-feira, dia 25, a ocupação dos hospitais de Pouso Alegre segue no limite, com superlotação. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), são 70 pacientes internados, o que representa 122% de taxa de ocupação. São 53 pacientes de Pouso Alegre e 17 de outras cidades.

Na enfermaria a ocupação também excede os leitos disponibilizados para tratamento de Covid, com 110 pacientes internados (119%). Sendo 80 moradores de Pouso Alegre e 30 pacientes de outras cidades.

Recorde na semana

Contabilizando as informações dos quatro boletins da semana, Pouso Alegre teve sua pior semana de contágio e mortes pela Covid, desde o início da pandemia. Foram 1.241 casos confirmados de moradores infectados com o coronavírus e 20 pessoas perderam a batalha para a doença entre os dados de segunda a quinta.

Boletim de quinta-feira (25) com 386 casos, recorde de confirmação em 24 horas:

Boletim de quinta-feira (25) com 386 casos, recorde de confirmação em 24 horas.