‘Nossa família está destroçada; ele era um ótimo pai, ótimo avô’, diz filho de trabalhador atropelado por carro em suposto racha

Magson Gomes / 08 outubro 2020

Quatro dias após o acidente que matou o zelador Francisco de Paulo Vitor Pereira, de 59 anos, a família aguarda por algum sinal de que a justiça será feita.

Chico, como era conhecido, foi atropelado por um carro no acostamento da BR-459, em Pouso Alegre. O trabalhador estava de bicicleta, quase chegando no sítio de seus patrões onde gostava de ficar e cuidar da propriedade. Ele seguia de bicicleta, pelo acostamento, quando o carro o atingiu de frente. Na mão, Chico levava o almoço de domingo, que havia acabado de pegar na casa da irmã.

Nesta quinta-feira (08), o filho mais velho de Francisco, Romário de Paula Correia Pereira, falou com a reportagem do Mandu News sobre a angústia de perder o pai dessa maneira e ter que ficar esperando por justiça (veja entrevista completa abaixo).

“Infelizmente não temos notícias do paradeiro do motorista. Fomos à delegacia, contratamos um advogado e buscamos por justiça. Mas até agora, nada”.

“Ele matou uma pessoa que trabalhava. Meu pai deixou três filhos, quatro netos. Nossa família está destroçada. Meu pai era uma pessoa muito alegre. Era um ótimo pai, ótimo avô. Uma boa pessoa”.

“O carro pegou meu pai de frente, no acostamento. Testemunhas disseram que o motorista tirava um racha. Possivelmente estava embriagado”.

“A gente quer justiça. A justiça de prender pelo ato que ele fez; deixar na cadeia. O que esse motorista fez não é certo; poderia ser com outra pessoa, uma criança”, diz Romário, que tem ido trabalhar para tentar aliviar a dor da perda precoce.

“Todo mundo está revoltado. Meu pai gostava de trabalhar. O xodó dele era os netos. Falei com ele instantes antes do acidente. Ele pegou o almoço na casa da minha tia e estava indo para o sítio almoçar. Aí aconteceu essa tragédia. Vamos buscar justiça. Não só por causa dele. A gente quer justiça”, enfatiza

O que diz o delegado do caso

O delegado de trânsito de Pouso Alegre, Clauber Santos, responsável pelo inquérito, diz que o motorista que atropelou e matou seu Chico ainda será ouvido. Uma testemunha também será ouvida. Se condenado, o motorista poderá pegar até 10 anos de prisão.

O delegado do caso fala que espera concluir o inquérito em 10 dias (veja a entrevista do delegado abaixo).

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