Economia

Pouso Alegre registra aumento de ambulantes na área central da cidade

Magson Gomes / 29 junho 2020

Segundo prefeitura, praticamente triplicou o número de camelôs no centro da cidade. Alguns deles vêm de outros estados para vender meias, tapetes, colchas e utensílios para casa. Lojistas reclamam da concorrência, já que os ambulantes atuam sem licença. A prefeitura diz que tomará providências. Acipa também emitiu nota sobre o assunto. Veja a matéria em vídeo abaixo!

Algumas pessoas se viram obrigadas em ir para a rua em busca de renda durante a pandemia. Foto: Terra do Mandu

De acordo com a prefeitura de Pouso Alegre, nos últimos dias quase triplicou o número de ambulantes na área central da cidade. Eram 15 camelôs e agora são de 40 que trabalham sem licença municipal. Alguns vindos de outros estados.

Os vendedores espalham suas mercadorias nas calçadas ou em carrinhos de mão. Outros utilizam veículos para transportar e expor seus produtos.

É possível encontrar de tudo um pouco. Tem vendedores de meias, tapetes, perfumes, utensílios para casa e frutas. Com a pandemia, tem os vendedores de máscaras. Gente como o Noel que se viu obrigado em ir para a rua vender as máscaras feitas por ele e a esposa.

“Só sobrou isso para nós. Eu fabrico uniformes escolares. Aí fechou tudo. Agora estou fabricando só máscaras. Aí me tornei mais um ambulante, não tenho o que fazer”, conta Noel.

Ao lado dele fica o vendedor de alho Daniel Rodrigues, conhecido como ‘Gordinho do Alho’. Ele já está nas ruas há mais tempo. “A gente fica nesse ponto vendendo um alhinho para sobreviver. A gente paga aluguel e essa é única alternativa que encontramos para trabalhar honestamente”, diz Daniel.

Segundo a prefeitura, a administração recebeu várias denúncias de descumprimento da legislação municipal referente à atuação dos ambulantes na cidade. As reclamações são, principalmente, aos ambulantes de fora, que vendem meias, tapetes, colchas.

“Essas denúncias vão desde comerciantes afirmando que estariam sendo agredidos verbalmente a moradores questionando o descumprimento de medidas sanitárias por parte dos ambulantes”, disse a prefeitura, através da assessoria de comunicação.

Wandeir de Oliveira é gerente desta loja na Praça Senador José Bento. Ele é um dos comerciantes que já reclamou na prefeitura. Segundo ele, alguns itens vendidos pelos camelôs também são comercializados na loja. Porém, o gerente alega que a loja paga impostos para funcionar, enquanto os ambulantes estão sem qualquer autorização da prefeitura.

Gerente de loja reclama da ‘concorrência desleal’ dos ambulantes de meias, colchas e tapetes. Reprodução: Terra do Mandu

“Com certeza, atrapalha. Aumentou bastante a presença deles. O pior é que o produto que eles vendem é o produto que a gente vende. Então, é um concorrente direto nosso. Nós temos despesas altas, principalmente nessa época de pandemia, os recolhimentos, folha de pagamento. Eles não têm nada disso e vendem quase na nossa porta”, reclama Wandeir sobre os ambulantes de meias, cintos, colchas e tapetes.

O QUE DIZ A PREFEITURA

A prefeitura de Pouso Alegre informou que “diante dessa situação, está traçando um plano de ações para solucionar a questão da melhor maneira possível”. Que ações serão essas não foram informadas pela administração. A reportagem apurou que não seriam adotadas medidas como a apreensão das mercadorias, como feitas em outras ocasiões.

O QUE DIZ A ACIPA

Segundo a Associação do Comércio e Indústria de Pouso Alegre (Acipa), comerciantes tem questionado a presença dos ambulantes na cidade. A instituição afirma que a atividade dos ambulantes é ilegal e desrespeita as recomendações dos órgãos de saúde no enfrentamento à pandemia (veja a nota abaixo enviada da Acipa).

NOTA DA ACIPA (VENDEDORES AMBULANTES)

Com a deflagração da PANDEMIA DO COVID-19, inúmeros comerciantes questionaram acerca da presença de vendedores ambulantes no centro da cidade, ofertando à população desde frutas, outros produtos agrícolas, alimentos industrializados e artesanais, vestuário e, produtos eletrônicos, até máscaras de proteção.

Tal prática mercantil, ao arrepio do exercício do Livre Comércio, caracteriza ATO ILEGAL passível de aplicação de penalidades que vão desde simples notificação prévia à apreensão de mercadorias e instauração de processo administrativo e judicial.

Outrossim, tal prática é realizada sem observância das regras da OMS, Decretos lei da União, Estado e Município de higiene pessoal e coletiva, distanciamento social e utilização de máscaras que, acaba por contribuir para aglomerações, colocando em risco a saúde das pessoas.

Sendo assim, a ACIPA, na condição de entidade representante e defensora do comércio local, em parceria com a Prefeitura Municipal de Pouso Alegre, neste inédito período de crise, tomará medidas efetivas para coibir referida prática ilegal visando o fortalecimento do comércio, bem como, evitar o aumento demasiado de casos do COVID-19.

Conte conosco. Conte com a ACIPA.

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