Antes, pensando em fechar ou demitir, empresas da área de confecções de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí se reinventaram e estão faturando mais do que antes da pandemia e até contrataram novos funcionários. São duas mil máscaras por semana.
A obrigatoriedade do uso de máscaras já é uma realidade na maior parte do Brasil. Além dos governadores baixarem decretos determinando a necessidade da proteção, prefeitos também reforçaram a medida, que é a segunda maneira de conter o avanço no número de contaminados com o novo coronavírus. A primeira medida é o distanciamento social, ficar em casa.
O consultor do Sebrae, Tiago Correia da Cunha, afirma que a pandemia da Covid-19 criou grandes problemas para a maioria dos negócios de diferentes setores econômicos, entre eles o da confecção. Muitas empresas do segmento sentiram o impacto das medidas de isolamento social, diminuíram a produção e outras chegaram a parar temporariamente as atividades. “Em meio à crise, as empresas demonstraram capacidade de reinvenção e inovação nos processos”, afirma.
É o que aconteceu com a New Camisetas em Pouso Alegre, no Sul de Minas. Sem pedidos para o serviço tradicional, o jeito foi se reinventar e começar a produção de máscaras de tecido. “Para não fecharmos as portas e ter que dispensar nossa costureira, focamos nas máscaras personalizadas para empresas. Também queríamos atender o público em geral e fizemos outras estampas. Começamos aos poucos, fazendo algumas amostras e distribuindo para alguns já clientes nossos e foi sucesso”, conta Aline Mara, proprietária da empresa.
Ao invés de dispensar funcionário, a empresa contratou mais duas pessoas para dar conta dos pedidos de máscaras. São produzidas duas mil unidades por semana e vendidas para três estados brasileiros, mais o Distrito Federal.
Hoje, a empresa está faturando mais com a produção de máscaras do que antes da pandemia. A New Camisetas recebe os pedidos através de sua página no facebook. Os valores variam de acordo com a quantidade de máscaras compradas. Além das
Sara Capelo, da Camiseteria S.A., com sede em Santa Rita do Sapucaí, também mudou o foco da produção. A empresa já vendia pela internet, o que facilitou o contato com os clientes.
“Estou enviando máscaras para todo o Brasil. São cerca de duas mil unidades por semana. O faturamento da empresa cresceu, em relação ao que era antes da pandemia”, diz a dona da Camiseteria.
Os valores das máscaras variam de acordo com o modelo pretendido pela pessoa. As lisas são mais em conta e custam R$ 7, as brancas estampadas R$12 e as coloridas estampadas R$ 16.
Nas ruas de Pouso Alegre também é possível ver que a obrigatoriedade de máscaras virou oportunidade para vendedores ambulantes. Eles estão nas calçadas e esquinas oferecendo a proteção confeccionada por costureiras locais.