Equipamentos vão aumentar a capacidade de atendimento a pacientes com coronavírus. O HCSL é referência no atendimento à população de 32 municípios.
O Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre, recebeu vários equipamentos médicos para reforçar o combate ao coronavírus. Os aparelhos pertencem ao hospital particular Maria Thereza Rennó, que fica em Santa Rita do Sapucaí e está desativado há seis anos. Porém, os equipamentos recebiam manutenção periódica e estão em perfeito estado de funcionamento. O transporte dos equipamentos foi realizado no sábado (11) em caminhões.
De acordo com o prefeito de Pouso Alegre, Rafael Simões, que editou um decreto requisitando os equipamentos, com a instalação dos aparelhos serão disponibilizados 60 leitos clínicos para tratamento da Covid-19, 38 leitos de UTI e ainda outros 26 leitos que serão disponibilizados no espaço físico da futura Unidade de Pronto Atendimento.
Conforme a prefeitura de Pouso Alegre, a transferência ao Hospital Samuel Libânio foi mediante requisição embasada no Decreto de Calamidade Pública, após a Superintendência Estadual de Saúde realizar uma visita ao Hospital Maria Thereza Rennó e constatar que equipamentos que poderiam ser utilizados no combate ao coronavírus ali se encontravam sem uso há anos.
O Hospital das Clínicas Samuel Libânio é o único hospital da região considerado referência no combate ao coronavírus e seu atendimento se estende à população de 32 municípios.
Os equipamentos requisitados no hospital Maria Thereza Rennó ficarão no Samuel Libânio por seis meses.
HOSPITAL DESATIVADO HÁ SEIS ANOS
O hospital Maria Thereza Rennó acaba de completar seis anos de portas fechadas. O prédio, que tem quase oito mil m² de área construída e conta com 125 leitos, entre UTI, urgência, emergência e observação. O hospital é particular e foi fechado em 2014 por causa de um rombo nas finanças, ficando apenas oito meses em funcionamento.
O Ministério Público Federal, através do procurador da República em Pouso Alegre, Lucas Gualtieri, também já havia manifestado sobre o assunto. Em e-mail enviado ao Terra do Mandu no último dia 27/03, informou que encaminhou as informações ao conhecimento do Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia do COVID-19, do Procurador-Geral da República, solicitando gestões junto ao Ministério da Saúde, para se verificar a viabilidade da reativação do hospital, sendo adquirido pela União. Porém, até o momento, não há nenhuma definição sobre o assunto.
“Como expus em reunião com prefeitos da região na Superintendência Regional de Saúde, na visão do MPF em Pouso Alegre, o imóvel poderia ser adquirido pela União e utilizado como hospital de campanha, aos cuidados das Forças Armadas. Após a pandemia do COVID, já estando incorporado ao patrimônio da União, o hospital poderia receber recursos do SUS para, diretamente, ser utilizado como um centro no tratamento de casos de alta complexidade, especialmente oncológicos. Isso tem a vantagem de desafogar o sistema de saúde de região de forma permanente”, afirmou o procurador da República, Lucas Gualtieri.
No levantamento do MPF, “o hospital está conservado e vem sendo mantido em condições (limpeza, manutenção de equipamentos etc). A estrutura é muito boa. São 3 andares com 12 quartos (18 leitos) em cada, num total de 54 leitos. 7 centros cirúrgicos, todos equipados, inclusive com fluxo laminar. 12 leitos de UTI prontos, sendo 2 em isolamento. Há equipamento em todo o hospital (bombas de infusão, etc). Há 6 respiradores em condições de funcionamento. O hospital conta também com raio-x, tomógrafo, farmácia central e 3 farmácias saltelites, área de internação infantil, laboratório, área de esterilização, cozinha e todo o aparato de back office”.
“Há ainda um 4 salas de cirurgia prontas, mas sem equipamentos e um último andar, não finalizado, que acomodaria mais 25 leitos. Todos os equipamentos recebem manutenção periódica e teriam condições de funcionar”, informou o procurador.