Há dois anos, motoboy de Pouso Alegre aguarda prótese que custa R$ 30 mil para voltar a trabalhar

Magson Gomes / 02 julho 2019

A motorista envolvida no acidente fugiu, sem prestar socorro. A família não tem condições de arcar com os custos da prótese. Douglas já entrou com processo na justiça, ainda sem resultado. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde agendou uma consulta para o motoboy com um especialista para verificar o caso.

Raio-x mostra lesões no quadril de Douglas.

O motoboy Douglas de Toledo Caixeta, de 27 anos, vive um drama. Ele sofreu um acidente na Avenida Vereador Antônio da Costa Rios, em Pouso Alegre, há dois anos. Segundo relatos de testemunhas e do próprio motoboy, a motorista do carro deu seta para a esquerda e fez a conversão à direita. Douglas não conseguiu evitar a batida e caiu no asfalto. A motorista do carro fugiu sem prestar socorro, segundo o boletim de ocorrência.

O que parecia ter sido um acidente simples, dias depois revelou algo grave para o rapaz, então com 25 anos. Exames mostram que o motoboy teve fratura nos ossos do quadril, o que prejudicou sua locomoção. O desgaste já provou que uma perna fique mais curta que a outra. Douglas anda de muleta e com dificuldades. Ele precisa da ajuda da esposa e da mãe para ações do dia a dia, como calçar o tênis e tomar banho.

Motoboy anda com dificuldade, mesmo de muleta. Foto: Terra do Mandu

A indicação médica para o motoboy voltar a ter uma vida normal é a implantação de uma prótese de cerâmica no quadril. A família já fez orçamentos e a prótese custa cerca de R$ 30 mil. Sem condições para arcar com os custos, Douglas, e sua mãe, dona Nilce Toledo, buscou as secretarias municipal e estadual de Saúde. Nas primeiras tentativas, eles tiveram o pedido negado.

“O governo negou algumas vezes. Na primeira vez disse que eu não estava em estado de morte para beneficiar da prótese. Na segunda, o governo designou um médico especialista para cuidar do meu caso, e o médico não quis me examinar devido o governo não estar pagando eles”, conta Douglas.

A mãe de Douglas, dona Nilce, acompanha o filho nas buscas pela prótese. Ela conta que, nesses dois anos, já estiveram outras vezes nas secretarias de saúde do municipal e estadual. “Todas as duas negaram falando que faltava verba”, diz dona Nilce.

Após a negativas, eles procuraram um advogado e entraram com processos no Juizado Especial e na Defensoria Pública. Mas, ainda não teve julgamento.

“Porém na última consulta, médico disse q o movimento da perna dele está enrijecendo. Se travar, ele vai para cadeira de rodas sem reversão. Estou em desespero”.

Secretaria Municipal marcou consulta para verificar o caso

A secretária municipal de Saúde de Pouso Alegre, Silvia Regina Pereira, recebeu Douglas e a mãe, dona Nilce e agendou uma consulta com um médico especialista para verificar o caso. A consulta está marcada para a próxima quinta-feira, dia 04, às 15h.

“A gente está aguardando o resultado dessa consulta para saber de que forma a secretaria pode contribuir. Nos documentos que eu vi, não tem a descrição da prótese ainda. Por isso, eu preciso que tenha essa avaliação, com a descrição correta do material a ser utilizado na cirurgia”, afirma a secretária Silvia Regina.

Silvia ainda afirmou que a prefeitura vai arcar com os custos do material se estiver dentro do serviço que o município tem contratado e credenciado.

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