Notícia

Sistema Olho Vivo em Pouso Alegre não está funcionando no monitoramento das ruas

Magson Gomes / 23 maio 2019

Segundo a PM, as poucas imagens que chegam na central não são de forma contínua. Para a polícia, se os equipamentos estivessem registrando imagens sistematicamente, poderia ter monitorado a entrada da quadrilha que atacou a agência da Caixa Econômica nesta semana.

Em Pouso Alegre existem 16 câmeras de monitoramento do programa Olho Vivo, espalhadas estrategicamente pela cidade. Porém, os equipamentos não funcionam. Durante o ataque a agência da Caixa na última segunda-feira (20), os criminosos atiraram contra uma das câmeras que fica na rotatória da Avenida Perimetral, mas o equipamento já não funcionava. De acordo com a Polícia Militar, uma ou outra imagem de algumas câmeras até chega na central de monitoramento, mas não de forma contínua.

Pelo menos seis câmeras como essa estão em ruas e avenidas próximas de onde a quadrilha agiu. O capitão da PM, Maximiliano Soares, explica que se as imagens estivessem chegando na central sistematicamente teria sido possível acompanhar o deslocamento do comboio em direção a agência atacada.

“As câmeras têm um funcionamento voltado para as atividades preventivas. Então, a gente consegue com o monitoramento contínuo, identificar situações de risco e soluciona-las antes que possam evoluir para algum tipo de crime. No caso específico da ocorrência de segunda-feira, elas teriam auxiliado na identificação do deslocamento do comboio, a passagem dos veículos até chegar no objetivo da quadrilha que era atacar uma agencia bancária da cidade. Então seria possível identificar esse deslocamento, antecipa-lo. Isso auxiliaria também no rastreamento e operação de cerco e bloqueio após o ataque, porque nós teríamos, de imediato, a rota de fuga traçada pelos autores, coisa não tivemos naquele momento em razão da indisponibilidade de imagens ou de informações imediatas para construir um cerco e bloqueio eficiente”, diz capitão Maximiliano.

As imagens dos bandidos nas ruas da cidade foram registradas por moradores e por câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais. As mais nítidas são de um posto de combustíveis. Criminosos armados com fuzis entram na loja de conveniência e rendem os funcionários do posto [VEJA NO VÍDEO ACIMA]. Enquanto um bandido pega um refrigerante, outro pega um cigarro e atira no computador da loja. Do lado de fora, um grupo de pessoas é feito refém e colocado nesta rotatória.

Os criminosos explodiram os cofres da Caixa Econômica e fugiram sem serem vistos pelas câmeras do olho vivo.

Os criminosos atiraram nesta câmera, mas o equipamento já não funcionava. Foto: Terra do Mandu

O capitão da PM, Maximiliano Soares, explica que os equipamentos necessitam de manutenção para voltar a funcionar. As câmeras foram instaladas na cidade em 2014 pelo governo do estado em parceria com o município. Pelo convênio, o estado instalou as câmeras com todo o cabeamento em fibra ótica e montou a sala de monitoramento. A partir disso, o município ficou responsável por fornecer o pessoal para operar a central de monitoramento e dar a manutenção necessárias nos equipamentos.

Em nota, a prefeitura de Pouso Alegre informou que está em andamento o processo licitatório para contratar uma empresa que fará a manutenção das câmeras de monitoramento do programa Olho Vivo.

Não foi informado de há um prazo para o serviço voltar a funcionar.

Sobre o ataque a agência da Caixa

Ninguém foi preso até o momento. A polícia confirmou que dois cofres foram explodidos, um de penhor, onde ficavam joias, e um cofre de dinheiro. Os valores levados pelo bando não foram informados. A agência permanece fechada sem previsão para ser reaberta.

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