Jornalista, gestora cultural
Editora do site Cultura não é Perfumaria
Co-fundadora do Observatório Luneta
Para sair da crise precisamos pensar diferente. Os modelos tradicionais da economia que são calcados na escassez de recursos estão cada vez mais em crise. Em contraponto, os negócios das novas economias estão crescendo, pois são calcados em recursos abundantes, ou seja, na criatividade, no conhecimento… Dentro desta lógica, não vendemos produtos e nem serviços, vendemos experiências.
No último sábado, eu e a Júlia Lopes, minha sócia, realizamos um workshop chamado “Como empreender na Economia Criativa”, em Pouso Alegre, que tinha como objetivo mostrar o potencial das novas economias, onde a economia criativa se encaixa, para as participantes.
Foi uma experiência muito boa, pois já tínhamos feito esse modelo em outras cidades, mas na nossa não conseguíamos realizar. Só conseguimos, porque passamos a fomentar o nosso ecossistema, pois se outros negócios de economia criativa prosperarem, nós prosperaremos também. Não temos medo da concorrência, porque conhecemos o nosso diferencial, nosso diamante, como gostamos de chamar e, além disso, estamos em constante movimento e inovamos constantemente. Então, a “concorrência” para nós é parceria!
Apesar da experiência ter sido ótima, muitas pessoas acharam inusitado, porque a economia criativa ainda é muito pouco conhecida e explorada por aqui. Ao contrário, da nossa cidade vizinha, a encantadora Santa Rita do Sapucaí que já descobriu o potencial da economia criativa. Realiza o movimento Cidade Criativa Cidade Feliz, com meses de intensa programação pela cidade toda, e agora o Sebrae está realizando o programa de fomento à economia criativa lá na cidade, que nós, do Observatório Luneta, estamos participando ao lado de mais de 20 empresas.
A reflexão é que os empreendedores de Pouso Alegre têm criatividade de sobra, mas muitos nem imaginam que a criatividade é um ativo econômico bem valioso. Só que para isso é preciso pensar como um ecossistema, onde a concorrência vira parceria, onde o produto local vale mais do que vem de fora. É preciso pensar na cidade e não apenas no “meu negócio” mas sim, em como o “Meu negócio participa da engrenagem da cidade”.
Boa páscoa!
Sobre a colunista
Foto: Arquivo pessoal
Mariana Sayad escreve quinzenalmente sobre cultura, arte, políticas culturais de Pouso Alegre e região aqui, no Terra do Mandu. Jornalista de formação, gestora cultural há mais de 15 anos. Tem MBA em Bens Culturais pela FGV-SP e especialização em História, Sociedade e Cultura pela PUC-SP. É natural de São Paulo, mas mora em Pouso Alegre deste 2013, onde já trabalhou na Secretaria Municipal de Cultura, entre 2015 e 2016.
Atualmente, é editora do site Cultura não é Perfumaria e, ao lado de Júlia Lopes, co-fundadora da empresa Observatório Luneta, que é especializada em Economia Criativa.