Saúde

Hospital de Pouso Alegre realiza procedimento inédito na região para implante de válvula em coração de paciente

Magson Gomes / 18 abril 2019

Uma prótese foi implantada através de cateter, sem a necessidade de abertura do tórax da paciente, uma senhora com diabetes, e o procedimento convencional não era indicado. A cirurgia minimalista foi necessária para corrigir a abertura da válvula do coração, problema que atinge 5% da população brasileira acima dos 65 anos.

Prótese é guiada até o coração via cateter. Foto: reprodução Hospital Renascentista.

A equipe de cardiologia do Hospital Renascentista, em Pouso Alegre, comemora o sucesso em um procedimento intervencionista inédito realizado no Sul de Minas. A equipe, liderada pelo médico cardiologista Alexandre Bonfim, coordenador da Unidade de Hemodinâmica do hospital, fez a troca da válvula aórtica do coração de uma paciente de maneira minimamente invasiva. O implante foi percutâneo, em que se faz uma punção na pele para o acesso aos órgãos internos da pessoa, sem a necessidade de usar o bisturi e abrir o tórax da paciente. O procedimento cirúrgico, chamado de TAVI, foi realizado em fevereiro, mas divulgado essa semana.

No caso realizado na paciente de Pouso Alegre foi adotada uma estratégia minimalista, sem necessidade de anestesia geral (somente sedação) e a funcionária pública recebeu alta hospitalar após apenas 3 dias de internação.

O implante permite a correção em uma redução no diâmetro da válvula aórtica, um problema cardíaco que atinge cerca de 5% da população brasileira acima de 65 anos. Há bem pouco tempo, para realizar a troca da válvula aórtica, só existia a cirurgia convencional, em que é necessária a abertura do tórax do paciente. No procedimento percutâneo, a válvula que é implantada permite restabelecer volumes normais de passagem do fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a aorta.

Equipe que realizou o TAVI, coordenada pelo médico Alexandre Bonfim. Foto: reprodução

Para quem o procedimento é indicado

Atualmente, a indicação do implante percutâneo de biopróteses aórticas restringe-se a um seleto grupo de pacientes que, pela idade avançada (acima de 65 anos) e doenças crônicas associadas, como o diabetes, e tenham contraindicação ou risco elevado para o tratamento cirúrgico convencional. Nesse grupo, a abordagem por cateter tem elevada chance de sucesso e pode oferecer mortalidade inferior àquela esperada com o tratamento cirúrgico.

O cardiologista intervencionista e coordenador da Unidade de Hemodinâmica do Hospital Renascentista, Alexandre Bonfim, explica que, após definido o diagnóstico pelo cardiologista clínico e opção pelo tratamento percutâneo para os casos com indicação, o paciente deverá passar por avaliação com médico hemodinamicista, em uma consulta pré-cirúrgica.

Como é feito o implante

O procedimento então é agendado para ser realizado na sala de hemodinâmica do hospital, local onde se realizam cateterismos cardíacos e angioplastias. O procedimento consiste em colocar uma prótese no anel valvar aórtico, por via percutânea (por punções na virilha). A prótese, compactada em um dispositivo, é guiada por um cateter através da aorta, sob visão de radioscopia (raio-X) e ecocardiografia, até ser posicionada no anel aórtico. Uma vez posicionada, sua localização é confirmada pela ecocardiografia e pequenas injeções de contraste. Em seguida, libera-se a prótese e retira-se o cateter, terminando o procedimento.

“Há bem pouco tempo esse procedimento só era realizado em grandes centros com Belo Horizonte e São Paulo. Para os pacientes da região do Sul de Minas, esse procedimento pioneiro traz novas perspectivas para a região pois poderão ser realizados em Pouso Alegre”, comemora o diretor executivo do hospital, Andrei Alkmim.

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