Saúde

Dívida do Ipsemg paralisa atendimento hospitalar para servidores do Estado em Pouso Alegre

Magson Gomes / 02 abril 2019

Hospital Renascentista suspendeu os atendimentos há uma semana. Clínica que faz hemodiálise pelo Ipsemg também promete parar a prestação do serviço. Servidores reclamam que os descontos no holerite continuam. O hospital credenciado disse que só retomará os serviços após receber os R$ 3 milhões em atraso.

Milhares de servidores públicos de Minas Gerais estão sem atendimento hospitalar na região de Pouso Alegre. O Hospital Renascentista, conveniado ao Instituto de Previdência de Minas Gerais (Ipsemg), suspendeu os atendimentos há uma semana por não estar recebendo pelos serviços prestados há mais de cinco meses. Segundo a direção do hospital, a dívida já se aproxima dos R$ 3 milhões.

Diante da falta de previsão para o pagamento dos valores em atraso, o diretor Executivo do Renascentista, Dr. Andrei Alkmim, explica que não era mais possível manter o serviço já que a dívida se aproxima de R$ 3 milhões. Em 2018 foram 13 mil atendimentos médico e mais 600 procedimentos cirúrgicos, incluindo serviço de alta complexidade, como cirurgias cardíacas.

O diretor do hospital afirma que os atendimentos só serão retomados após receber o valor integral que está atrasado.

Na mesma rede desse hospital, há uma clínica de hemodiálise que atende, atualmente, 19 pacientes via Ipsemg e que também promete suspender os atendimentos até o fim deste mês de abril. O diretor da clínica, Luíz Beraldo, explica que desde o ano passado, a clínica não tem recebido do órgão estadual o pagamento pelos serviços prestados.

Dona Maria Marcélia da Silva mora em Cachoeira de Minas e vem a Pouso Alegre três vezes por semana para trazer o marido para sessões de hemodiálise na clínica particular. Marcélia é professora aposentada do estado e o atendimento do marido é feito através do Ipsemg, que ela paga para ser beneficiária. Porém, a professora já está aflita porque recebeu o comunicado da clínica onde é informado que o atendimento poderá ser suspenso.

A professora aposentada ainda questiona que o contracheque dela vem o desconto do Ipsemg, mas para onde está indo esse dinheiro?

Veja as declarações na reportagem em vídeo acima

O OUTRO LADO

Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Ipsemg através de e-mail e por telefone.

Ao telefone foi dada a resposta de que os pagamentos serão feitos em escalas aos hospitais e clínicas que estão com atrasos nos repasses. Mas que não há uma data para que o dinheiro seja depositado para cada instituição de saúde e nem previsão de valores.

A resposta das perguntas enviadas pelo e-mail ainda não foram respondidas.

Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na semana passada, o presidente do Ipsemg, Marcus Vinicius de Souza, salientou que, apesar de todos os problemas e mesmo com sobrecarga, o instituto está funcionando. Ele explicou que a instituição trabalha com a participação do servidor e com a do Estado e que, ao longo dos anos, tem ocorrido uma dificuldade em receber a parte dos repasses patronal.

Segundo relato do presidente audiência na ALMG, o orçamento do Ipsemg é de R$1,2 bilhões neste ano e a sua dívida com a rede credenciada soma R$300 milhões. “Os pagamentos estão sendo feitos, mas com dificuldades. Em 2019, foram empenhados R$180 milhões”, disse.

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