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Haitianos que vivem em Pouso Alegre são cadastrados para conseguir emprego na cidade

Terra do Mandu / 26 março 2019

Segundo prefeitura, cerca de 100 haitianos vivem na cidade. Seis deles já serão contratados por uma empresa fabricante de bancos de automóveis. Além dessa empresa, participam da parceria prefeitura e IFSULDEMINAS.

Haitianos vieram para Pouso Alegre em busca de trabalho. Foto: Ascom PMPA

Nos últimos anos, centenas de milhares de haitianos fugiram de seu país em busca de uma vida melhor no Brasil. Depois de passarem pelos grandes centros brasileiros, esses imigrantes começaram a chegar nas cidades do interior. E Pouso Alegre foi o lugar escolhido por um grupo de, pelo menos, 100 pessoas vindas do país do Caribe, arrasado pelos terremotos e pobreza.

Um levantamento da prefeitura de Pouso Alegre mostra que esses imigrantes têm dificuldades de conseguir emprego por aqui. Quando conseguem algum ‘bico’, são remunerados abaixo dos valores praticados na cidade.

Para buscar mais dignidade para essas pessoas é que a Secretaria Municipal de Políticas Sociais iniciou o cadastramento da população haitiana que vive em Pouso Alegre. 30 deles já foram cadastrados no CRAS (Centro de Referência e Assistência Social) do bairro São Geraldo e agora tem a chance de conseguir uma colocação no mercado de trabalho.

Nesta semana, teve o cadastro dos imigrantes na secretaria de Políticas Sociais. Foto: Ascom PMPA

A iniciativa é feita em parceria com uma empresa fabricante de bancos para automóveis, localizada no distrito industrial. Os homens e as mulheres, em sua maioria jovens, passaram por uma triagem na Secretaria de Políticas Sociais nesta segunda-feira (25).

Para o Prefeito Rafael Simões, que esteve na secretaria durante o cadastramento, é importante inserir essas pessoas no mercado de trabalho, através de parcerias com empresas locais. “O maior desafio para essas pessoas é a barreira da língua, mas o IFSULDEMINAS já disponibilizou aulas de português para resolver o problema. Eles também receberão treinamento para o desempenho das funções”, contou Simões.

De acordo com o secretário de Políticas Sociais, João Batista de Lima, o CRAS continuará fazendo um trabalho social com os imigrantes haitianos. “Vamos continuar acompanhando a situação dessas pessoas para que possam ser inseridas plenamente à sociedade pouso-alegrense”, afirma.

Ainda segundo a prefeitura, essa primeira etapa, seis haitianos serão contratados para a linha de produção da fabricante de bancos de carros.

Em entrevista à EPTV, o haitiano Gue Egny contou que vive há seis meses no Brasil. Sem oportunidades em São Paulo, ele se mudou para o Sul de Minas. Atualmente, ele vive em uma casa com mais sete pessoas e depende da ajuda de um tio para se manter.

“Tenho um tio em Paris e ele transfere dinheiro, pra aqui (sic), no Brasil”, conta o haitiano.

Outro conterrâneo dele é o Judeson, que está há 2 anos em Pouso Alegre e já fala um pouco de português. Judeson fez alguns trabalhos com carteira assinada e bicos informais. Mas há quatro meses está desempregado e precisa de dinheiro para ajudar a família no Haiti.

“Tá precisando porque tenho família no Haiti, tenho que mandar dinheiro todo mês e agora não tem mais, não tem dinheiro”, disse o ajudante geral Judeson Fortune, à EPTV.

 

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