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Rotina de uma mulher: mãe, dona de casa, professora e artesã

Magson Gomes / 08 março 2019

Ivelise Vicentin é um dos exemplos de mulher guerreira, que cuida dos filhos sozinha, trabalha fora e ainda faz artesanato para complementar renda. No Dia Internacional da Mulher, ela ainda sonha com a igualdade de gênero, onde homens e mulheres recebam as mesmas condições de trabalho e salário.

Hoje, 08 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data não foi criada pelo comércio e não se trata apenas de homenagens com flores e chocolates. O dia marca a luta de mulheres pela igualdade de gênero, e tem protestos ao redor do mundo. Ainda no século XXI elas são minoria no mercado de trabalho e, quando ocupa a mesma função numa empresa, ganha cerca de 20% menos que os homens no mesmo posto. E muitas dessas mulheres ainda precisam ter jornada tripla. Elas trabalham fora, cuidam da casa e da família inteira. Às vezes, ainda buscam outra forma para complementar a renda.

Ivelise Vicentin Augusto de Souza, de 41 anos, faz parte desse universo de mulher guerreira. Ela trabalha numa faculdade de Pouso Alegre, como coordenadora de curso e professora. Também cuida, sozinha, de três filhos adotivos. E ainda trabalha como artesã para complementar a renda em casa.

“Tento me organizar, porque são muitas as tarefas com o meu trabalho, com o meu lar, com os meus filhos; eu que faço tudo, não tenho ninguém que ajude. Então, tenho que ter uma agenda bem controlada para dar conta de tudo”, diz Ivelise.

A professora, mãe, dona de casa e artesã diz que gosta da luta que tem que ter diariamente e não desanima. Para dar conta de tudo, ela trabalha até nas madrugadas produzindo suas peças de artesanato. Conheça o trabalho em artesanato de Ivelise na página Delicado e Criativo.

Ivelise lembra que as mulheres sozinhas, ou mesmo àquelas que têm companheiros, precisam ter muita determinação e foco em seus objetivos para alcança-los. “E não desistir. Ter muita força de vontade, ter muita garra para seguir no caminho que escolher. Essa vida que eu levo, mesmo nessa correria, fui eu mesma quem escolhi. Então, não reclamo. Às vezes eu canso, claro, mas foi a vida que escolhi e gosto dessa vida. Mesmo na correria, ela me dá muito prazer”.

Mulheres ganham menos que homens

A desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil diminuiu no ano passado, mas ainda continua em um nível alto, segundo um estudo divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2018, as mulheres ganhavam, em média, 20,5% menos que os homens, enquanto que em 2017 essa diferença era de 21,7%, uma redução de 1,2 ponto percentual.

Desde 2012, quando começou a série histórica do IBGE, a desigualdade salarial teve redução de 2,9 pontos percentuais – as mulheres recebiam, em média, 23,4% menos que os homens naquele ano. Porém, quando comparado a 2016, a desigualdade aumentou 1,3 ponto – o salário médio das mulheres era 19,2% inferior ao dos homens.

A engenheira/professora, mãe/dona de casa e artesã diz que a luta é para que isso seja igualitário. “Que todos possam receber da mesma forma. Mas, enquanto isso não acontece, não podemos esmorecer, tem que continuar na luta, não dá para parar e esperar. A esperança é que um dia isso aconteça”.

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