Segundo Arteris, no ano passado foram 99 vítimas fatais, contra 216 em 2010. Porém, rodovia é bastante sinuosa e ainda oferece riscos para motoristas, mesmo depois de obras de duplicação e ser privatizada.
Na última sexta-feira (25/01) a rodovia Fernão Dias completou 60 anos. A principal ligação entre São Paulo e Belo Horizonte foi inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek em 25 de janeiro de 1959. Depois de se tornar uma das mais importantes rotas de mercadorias do Brasil, a rodovia foi duplicada, inauguração ocorreu em 2005, e privatizada em 2008.
Segundo a concessionária Arteris, nos últimos anos houve redução em 54% no número de mortes em acidentes na Fernão Dias, passando de 216 em 2010 para 99 no ano passado, sendo o menor índice de fatalidades registrado durante os anos de concessão. Além das vítimas fatais, o volume de acidentes também teve queda de 18% durante o período e passou de 9.126 episódios, para 7.411, afirma a concessionária.
Ainda de acordo com a Arteris, a redução atingiu a meta estipulada pela ONU de redução mínima de 50% para o período de 2011 a 2020. A Década de Ação pela Segurança no Trânsito foi lançada pela ONU no dia 11 de maio de 2011 e aderida voluntariamente pela Arteris, que deu prioridade aos investimentos e inteligência operacional para a realização de ações preventivas.
“Entendemos o nosso papel como protagonistas para prevenção de acidentes e, por isso, investimos em obras, serviços de atendimento ao usuário e educação. Com a criação do grupo foi possível desenhar ações visando a redução do número de incidentes. Todas as iniciativas do Gerar abrangem desde inteligência e intervenção operacional na infraestrutura da rodovia até o reforço de comunicação, sinalização, parcerias e campanhas educativas em prol da segurança viária”, explica Helvécio Tamm de Lima Filho, diretor superintendente da concessionária.
Números da Fernão Dias
A Fernão Dias recebe cerca de 200 mil veículos por dia, sendo que 60% do tráfego é de transporte pesado. Grande parte desse volume de carga sai de Minas Gerais. Segundo dados oficiais, mais de 40% do que é produzido na economia do estado passa pela rodovia. Pelo menos 25% dos mineiros moram ou trabalham nas cidades às margens da rodovia.
Cerca de 300 quilômetros, dos 584 km entre SP e BH, estão no Sul de Minas. São quase 20 cidades daqui da região que estão às margens da rodovia e dependem dela diariamente para ir ao trabalho, estudar, viajar, compras, ou dar um pulo em São Paulo ou Belo Horizonte.
Rodovia ainda perigosa
Antes da duplicação e outras melhorias recebidas, a Fernão Dias já se mostrou uma das rodovias mais perigosas do Brasil. Porém, o trecho ainda oferece riscos para os motoristas.
A Arteris alerta que, por se tratar de uma rodovia sinuosa, com aclives e declives, é necessário que o motorista mantenha a atenção e respeite o limite de velocidade indicado na via. “Entre as principais causas de acidentes verificadas em 2018 está a perda de controle do veículo, seguida do descuido do motorista e sonolência ao volante”, informa a concessionária.
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Obras e investimentos na rodovia
Segundo a Arteris, desde o início da concessão em 2008 foram aplicados mais de R$ 2,3 bilhões em melhorias na rodovia. Entre as obras estão o Contorno de Betim, implantação de trevos em desnível com alças em pista dupla, construção de 88km de faixas adicionais e 40km de vias marginais, instalação de 53 passarelas, construção de um trevo completo no km 494 e iluminação de vários pontos com lâmpadas de LED.
“Além de obras, melhorias e conservação da rodovia, as ações de sensibilização voltadas aos usuários e comunidades lindeiras também são muito importantes para assegurar e oferecer vias cada vez mais modernas e seguras. Atingir essas metas é um desafio e uma prioridade”, diz José Carlos de Oliveira, gerente de tráfego.