Congresso médico em Pouso Alegre debate doenças do sistema digestivo

Magson Gomes / 18 agosto 2018

Novas tecnologias para diagnóstico e tratamento do câncer de estômago e do câncer de intestino foram apresentados no evento que reúne cerca de 300 especialistas neste fim de semana em hotel de Pouso Alegre.

Nesta sexta e sábado (17 e 18) médicos especialistas no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema digestivo estão em Pouso Alegre para debater sobre novas formas para conhecer e curar essas doenças, inclusive os tipos de câncer que surgem do esôfago ao intestino. Esse é o maior congresso de Minas Gerais do assunto e reúne especialistas de várias partes do Brasil.

Mesmo com os avanços tecnológicos que auxiliam tanto o diagnóstico precoce, quanto no tratamento e cura, os médicos alertam para os cuidados que a população precisa tomar para evitar as doenças do sistema digestivo, principalmente as inflamatórias. E a cirrose é uma das mais preocupantes, causada pelo excesso de álcool.

“O consumo de álcool tem que ser orientado à população para ela saber como consumir. No nosso entendimento, há um exagero e doenças graves estão associadas a isso. Quando qualquer pessoa consome mais de uma garrafa de cerveja por dia, ela está ultrapassando o que seria não nocivo para o organismo. Mais do que isso, o álcool presente na cerveja e outras bebidas alcoólicas, se torna tóxico e, gradualmente, o fígado vai se transformando e evolui para cirrose, que é um problema sério”, afirma o presidente da Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais, Mário Benedito Costa Magalhães.

Mário Magalhães destaca a importância de trazer 10º Seminário Mineiro de Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Coloproctologia. “As doenças já existiam. Nós que estamos as conhecendo melhor. Esse aprofundamento do conhecimento científico, o empenho dos médicos, procurar saber o que tem seus pacientes, tem trazido novidades que antes não eram tratadas por não serem conhecidas”, comenta.

Os tipos de câncer de estômago e do intestino são facilmente tratados, desde que descobertos no início

A descoberta precoce das doenças é sempre uma das melhores formas de tratamento. No congresso, os médicos discutem como algumas tecnológicas ajudam nesse processo.

O presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Vitor Arantes, diz que, com as novas tecnologias, é possível o diagnóstico e o tratamento mais cedo do câncer de estômago. “Com o avanço da endoscopia, nós realizamos exames de caráter preventivo para fazer o rastreamento do câncer de estômago e esôfago. Quando conseguimos identificar esses tumores numa fase inicial, nós podemos fazer o tratamento por via endoscópica, retirando esses tumores, evitando que os pacientes necessitem fazer cirurgias de retirada do órgão, que são sempre cirurgias que têm uma recuperação muito mais difícil”.

Durante o congresso, o experiente médico pouso-alegrense e professor na Faculdade de Medicina, Virgínio Cândido Tosta, especialista em Coloproctologia, participou e coordenou os debates sobre câncer do intestino. Dr. Virgínio diz que esse tipo de câncer já tem o mesmo número de casos ou pouco mais do que o câncer de estômago. E o câncer do intestino hoje é curável se o diagnóstico for feito precocemente. “Quatro sinais são fundamentais para fazer o diagnóstico precoce como a perda de sangue na hora de evacuar, a mudança no hábito intestinal, a história familiar e aquilo que a gente chama de origem ‘inaparente’, que, neste caso, é anemia que a pessoa fica sem saber uma causa que justifique, e muitas vezes, atrás disso é um câncer no intestino”.

Esse congresso mantém uma atualização não só a nível nacional, mas tam´bem com nível internacional, traduz um dos eventos mais importante aqui na região do Sul de Minas. Colegas de Minas Gerais e São Paulo.

VÍDEO SOBRE O CONGRESSO

Troca experiências

No congresso médico é possível encontrar os especialistas com mais de 50 anos de experiência e o jovem médico, com menos de uma década de atuação. Todos eles concordam na importância de encontros como esse realizado em Pouso Alegre neste final de semana, onde têm a oportunidade para conhecer e transmitir conhecimento.

O médico Pedro Gaburri é de Juiz de Fora. Ele atua na área há 53 anos, inclusive como professor universitário. Ele recorda que, quando se formou, poucos equipamentos existiam para auxiliar no diagnóstico e tratamento das doenças do sistema digestivo. Era muito um raio-x, não havia ultrassonografia, endoscopias ou exames de imagens como tomografia computadorizada e ressonância magnética. “Então, por aí percebe-se, claramente, o grande salto de qualidade que houve não só na forma como os médicos atendem, investigam, diagnosticam e, consequentemente, trata seus doentes. É um avanço tão grande nos últimos 50 anos, e sem dúvida, nos próximos 50 anos esse avanço tende a ser acelerado e muitas cosias fantásticas que nem imaginamos irão acontecer nas próximas décadas”.

O endoscopista Bruno Petrini, é de Lavras. Ele está atuando na área há oito anos e também destaca a necessidade de se atualizar. “É muito importante a gente participar dessa troca de experiência com colegas renomados. Todo dia chega coisa nova. Novas tecnologias e isso é muito importante para gente”.

O seminário médico encerra neste sábado. Além das palestras e debates, empresas apresentam equipamentos que são utilizados para os exames no sistema digestivo.


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