Pouso Alegre

Após 14 anos, mãe e filho reencontram guardas que fizeram o parto em viatura

Magson Gomes / 29 julho 2018

Cauã nasceu enquanto sua mãe era levada ao hospital na viatura da Guarda Municipal de Pouso Alegre, MG. Veja a o reencontro e a conversa em vídeo abaixo.

É comum as histórias de mães que dão à luz aos filhos dentro de viaturas de Bombeiros, do Samu e, com menos frequência, da Guarda Civil Municipal. Mas, o reencontro entre a criança já crescida e os responsáveis pelo parto fora do hospital a gente não costuma ver na mesma quantidade.

O adolescente Cauã Fonseca, às vésperas de completar 14 anos de idade, conheceu os guardas municipais que auxiliaram a mãe dele na hora do parto. Cauã disse que a mãe contou a história do parto a cerca de um ano.

O reencontro ocorreu na Câmara Municipal de Pouso Alegre, Sul de Minas, onde os guardas receberam uma homenagem, que foi entregue por Cauã e pela mãe dele, Silvania Fonseca.

O parto no meio do caminho

Era madrugada de 14 de agosto de 2004 quando a revisora Silvania Fonseca entrou em trabalho de parto. Logo ela pegou o telefone e ligou para o Corpo de Bombeiros. Mas recebeu a informação que as viaturas estavam empenhadas em outras ocorrências. Naquela época não havia Samu por aqui. Então, Silvania foi orientada a ligar para a Guarda Municipal e pediu para serem rápidos. Silvania morava no bairro Morumbi, há 10 km do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, para onde iria. Será que daria tempo de chegar ao hospital antes do bebê nascer?

Pois é, não deu. Cauã foi ainda mais rápido do que o guarda municipal José Raimundo Barcelos, que dirigia a viatura. “Não deu tempo. Estourou a bolsa e o bebê já nasceu. Foi muito rápido. Que eu me lembro, eles pararam o carro e ficaram preocupados. ‘E agora e agora? ’ E eu falei: vamos para o hospital rápido. E eles tiveram muito carinho comigo”, relembra Silvania.

O guarda Elcio Campos conta que, quando a bolsa estourou e Silvania logo avisou para eles, pediu para o colega Raimundo parar a viatura no meio do caminho. “Vi que a criança estava nascendo. Aí eu tive o cuidado de pegar o Cauã, enrolei o Cauã numa toalha e pus no corpo dela”.

Raimundo já era mais velho de guarda municipal. Ele lembra que após a criança nascer, já ligaram no hospital para contar que estavam chegando com um recém-nascido. “Aí, chegando lá, não sei se enfermeiro ou médico já estava aguardando com a maca pelo lado de fora. Aí eu avisei que o cordão umbilical não foi cortado. Mas fizemos todos procedimentos que tinha que fazer”, conta Raimundo.

Os guardas disseram ainda que foi uma satisfação e alegria ver o garoto já grande. Eles ainda disseram que aquele foi, até hoje, o único parto que fizeram durante os mais de 20 anos na Guarda Municipal.

Silvania e Cauã e os dois guardas ficaram alguns minutos relembrando detalhes daquele dia. Tiraram algumas fotos para guardar o reencontro com carinho.


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