José Fernando levou três tiros na madrugada da última segunda-feira. Família autorizou a doação dos órgãos. Ouça a entrevista da esposa da vítima. Suspeito foi detido e liberado por falta de provas. A esposa conta que o marido foi morto após uma discussão banal.

O motorista José Fernando Natalício da Silva, de 32 anos, teve a morte cerebral confirmada nesta quarta-feira (18) pelo Hospital das Clínicas Samuel Libânio. José Fernando foi baleado na madrugada da última segunda-feira, em Pouso Alegre. Ele levou três tiros, sendo atingido na nuca, nas costas e na perna direita. A família do motorista autorizou a doação dos órgãos dele.

O suspeito do crime foi detido pela Polícia Militar horas depois do crime. Mas foi liberado porque, segundo a polícia, já não configurava flagrante e a morte não tinha sido confirmada. A delegada do caso recebeu a esposa da vítima nesta quarta e já pediu o processo para dar andamento nas investigações.

José Fernando foi alvejado no meio da rua Ary Rosa, no bairro Jardim São João, por volta das 03h da madrugada. Ele foi encontrado caído na calçada, próximo ao portão de uma madeireira. Câmeras de casas vizinhas registraram o momento em que dois homens correndo atrás da vítima, um deles com uma arma na mão. Após balear José Fernando, os homens fogem de moto.

A esposa da vítima conta o que teria motivado o crime. Ela fala como era o marido e da doação dos órgãos dele

Ouça a entrevista da esposa da vítima:

A esposa do motorista, Regiane Aparecida Bernardes do Couto, esteve na delegacia na tarde desta quarta-feira, junto com a mãe de José Fernando. Elas foram pedir ajuda da Polícia Civil para a prisão do homem que atirou contra o marido e filho delas, respectivamente.

Regiane era casada com José Fernando há 12 anos. Juntos, eles têm um casal de filhos de 6 anos e 8 anos. Segundo ela, apesar de ser usuário de drogas, o marido era trabalhador, tinha carteira assinada e não deixava faltar nada dentro de casa. O casal morava no bairro Cajuru, mas na noite de domingo José Fernando foi para um bar no São João onde costumava frequentar.

Regiane diz que o marido foi baleado após uma confusão banal com o suspeito conhecido como ‘Marimbondo’. José Fernando teria tentado cumprimenta-lo, mas a mão escapou e o suspeito encarou como uma agressão e jurou o motorista de morte, baleando o motorista horas mais tarde.

“Espero que a justiça seja feita. Porque ele era usuário de droga, mas nunca deixou faltar nada dentro de casa. Ele não estava feliz com essa vida que estava levando. Só que um usuário de drogas tem muito mais valor do que aquela pessoa que vende pra ele. Além desse Marimbondo ter vendido muita, e muitas vezes droga pra ele, ele foi e tirou a vida de meu marido”, desabafa Regiane.

A esposa conta porque resolveram doar os órgãos do marido: “Nós vamos perder ele, mas nós vamos salvar muitas vidas”.

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