Região

Maior usina de energia solar do Sul de Minas é inaugurada em SRS

Magson Gomes / 22 junho 2018

Instalada na ETE FMC com investimento de R$ 5 milhões, usina tem potência para atender quase 900 casas por dia.

Uma usina de energia solar com capacidade para abastecer 860 residências diariamente, e potência de 1,5 gigawatts por ano, foi inaugurada neste sábado (23), em Santa Rita do Sapucaí. Esse é o maior projeto do tipo no Sul de Minas e o primeiro dentro de uma unidade escolar no Brasil. Os 4.200 painéis solares, que ocupam uma área de 14 mil metros quadrados, estão instalados nas dependências da Escola Técnica Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE FMC.

Com a usina em operação, 582 toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera. De acordo com análises técnicas do projeto, a não emissão equivale ao plantio de cinco mil árvores.

O projeto custou cerca de R$ 5 milhões e durou dois anos para ficar pronto. O investimento é da Congregação dos Jesuítas, que mantém a ETE FMC, mais dois colégios e uma faculdade em outras regiões de Minas Gerais. Segundo a instituição, a usina que recebeu o nome de Padre Furusawa, ex-professor da escola, foi criada com o objetivo de garantir energia, de forma sustentável, aos colégios da rede, podendo ainda o seu excedente ser destinado à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A energia sustentável e limpa é produzida acontece através da irradiação solar. As células fotovoltaicas presentes nos semicondutores interligados das placas geram partículas de energia quando expostas à luz. O sistema pode funcionar mesmo com baixa irradiação solar. (Fotos: Então Toma Audiovisual)

“Esse tipo de energia limpa é o que mais cresce no Brasil. Passou se 6 mil pontos instalados no ano passado para 600 mil pontos em 2018. Ainda assim, hoje representa apenas 1% de tudo que o país produz. Mas daqui a 10 anos passará a representar 10%. Não demora muito, vai dominar o mercado brasileiro”, afirma Alexandre Loures Barbosa, diretor-geral da ETE FMC.

Com empolgação, o diretor reforça que esse é o caminho para produção de energia limpa. E que países como Alemanha já programaram que até 2050 passarão a utilizar apenas energia vindas de fontes limpas.

O diretor ainda lembra que o Brasil tem capacidade de gerar 170 gigawhatts de energia através de hidrelétricas, que são consideradas limpas, mas traz transtornos com suas represas de rios e desalojamentos de famílias. Porém, se utilizar os telhados de cada residência para colocação de painéis solares essa capacidade salta para 28 mil GW.

Usina será um grande laboratório

Com o mercado em expansão, falta mão-de-obra qualificada para os trabalhos de instalação e manutenção de painéis solares.

“A ETE é a primeira escola eletrônica da América Latina e a sétima do mundo e enxerga que o futuro é a geração da energia fotovoltaica. A usina também servirá como ambiente para aulas práticas de cursos relacionados à produção de energia solar. Vamos unir a teoria e a prática com os cursos de instalador de painéis solares, curso de manutenção”, diz o diretor.

Usina está instalada em 14 mil m² de uma área de 130 mil m² da ETE FMC (Foto: Então Toma Audiovisual)

Usina Solar Padre Furusawa

A usina instalada na ETE FMC recebeu o nome de Padre Furusawa, que foi professor na escola de 1963 até 1991. Conhecido carinhosamente como Padre Furu, foi o responsável por toda instalação elétrica dos atuais prédios da ETE FMC e criador do sistema de aquecimento solar dos antigos alojamentos da instituição. Também desenvolveu o método de construção de transformadores, muito usado nas indústrias locais. Preocupado com as questões de saúde e meio ambiente, sempre utilizou a bicicleta como meio de transporte.


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