Equipamentos apreendidos em Pouso Alegre, Cachoeira de Minas e Santa Rita do Sapucaí estão avaliados em R$ 3 milhões.

A Polícia Civil apreendeu no Sul de Minas cerca de 150 equipamentos utilizados para transmissão de internet via rádio. A suspeita é que sejam produtos de furto de outras operadoras de telefonia e que tenham sido adquiridos por uma empresa que opera internet em Pouso Alegre, sem nota fiscal e com preços bem abaixo do mercado. Segundo o delegado que coordenada as investigações, Daniel Leme Amaral, os aparelhos apreendidos estão avaliados em torno de R$ 3 milhões. O empresário, dono da operadora de internet em PA, foi preso em flagrante por receptação de mercadoria roubada.

Segundo a polícia, os equipamentos foram apreendidos numa loja de manutenção em Cachoeira de Minas e instalados em antenas de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí. Também foram encontrados materiais sem nota fiscal na sede da empresa em Pouso Alegre.

O início das investigações

O delegado Daniel Amaral conta que há cerca de três semanas, a polícia foi procurada pela equipe de segurança de uma operadora de telefonia celular de São Paulo informando que, aqui no Sul de Minas, estava tendo receptação de aparelhos de telecomunicação furtados. “Inicialmente foi cumprido mandado de busca numa empresa de Cachoeira de Minas, que em tese, estava fazendo manutenção nesses equipamentos. Fizemos uma investigação e verificamos que eles estavam vendendo esses aparelhos pelo [site de vendas online] Mercado Livre. Em geral, a venda era para norte e nordeste do Brasil, para dificultar as investigações” explica o delegado.

A polícia descobriu parte do equipamento em uma torre em Santa Rita do Sapucaí. Para saber qual empresa havia instalado o aparelho, a polícia cortou o sinal e aguardou a chegada dos técnicos de manutenção. Foi então que chegou-se à empresa provedora de internet via rádio em Pouso Alegre. “identificada a empresa, pedimos com urgência um mandado de busca e apreensão, e lá encontramos grande parte do material. Na própria empresa, funcionários indicaram outros pontos da cidade que havia aparelhos instalados”, informa o delegado Daniel Amaral.

Delegados Daniel Leme Amaral e Renato Gavião (Regional), durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Como os equipamentos foram furtados da operadora de telefonia

Segundo a Polícia Civil, os equipamentos eram furtados das torres da operadora de telefonia celular no estado de São Paulo e também desviado por funcionários da própria empresa. Para serem revendidos, era feita uma raspagem e nova pintura para tirar o nome da empresa que adquiriu os materiais na fábrica.

Ainda de acordo com o delegado, a operadora vítima da fraude informou que, por lei, os equipamentos não podem ser repassados para terceiros. Mesmo após a retirada, devem ser destruídos ou reciclados, seguindo normas ambientais da Anatel, que regula o setor.

A Polícia Civil informou também que outra empresa que teria sido vítima de furto de equipamentos entrou em contato após a divulgação da ocorrência. A polícia vai buscar identificar, através de números de série e notas fiscais, os verdadeiros donos dos produtos.

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