Pouso Alegre

‘Todo lugar tem mulheres pretas sendo assassinadas’, diz participante de ato por Marielle, em Pouso Alegre

Magson Gomes / 17 março 2018

Neste sábado (17) algumas pessoas vestidas de preto, a maioria delas mulheres, se juntaram na Praça Senador José Bento, Centro de Pouso Alegre (MG) para um protesto por conta do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Com cartazes e faixas, os participantes do ato fizeram discursos em favor da liberdade de expressão, da defesa dos direitos humanos e da democracia. Vídeo abaixo.

Pâmela Vidilino foi uma das organizadoras do protesto em Pouso Alegre. Ela faz parte dos coletivos Raiz de Baobá, que defende as pessoas negras, e Florescer, que defende a causa das mulheres. Pâmela afirma que o ato deste sábado é importante.

“Embora ela [Marielle] tenha morrido lá no Rio de Janeiro, em todo lugar tem mulheres pretas sendo assassinadas. E a gente precisa denunciar. A gente fala aqui em Pouso Alegre, em cada reunião dos coletivos, que quando acontece assim é hora de a gente unir e mostrar que não estamos calados, mostrar nosso trabalho de formiguinha. Mulher não pode morrer por falar, por ser preta, por colocar opinião e lutar. A luta faz com que a gente morra, mas não podemos calar”, diz Pâmela.

A arquiteta Fernanda Tersi também estava no protesto e lembra que a vereadora carioca defendia todos os direitos humanos. “Marielle era um símbolo de todas as minorias. Ela defendia polícias sim, todas as pessoas que sofria injustiça. E cala-la significa calar todos nós que lutamos por direitos humanos, que lutamos por justiça”.

A vereadora foi morta a tiros no Centro do Rio na noite de quarta-feira (14). A polícia suspeita que ela tenha sido vítima de uma execução. Foram 13 tiros disparados contra o carro em que Marielle estava. A vereadora foi atingida por três tiros na cabeça. O motorista que dirigia o carro, Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, também foi baleado e morreu. Uma assessora de Marielle foi atingida por estilhaços, sem gravidade.

Marielle tinha 38 anos, era negra, nascida e criada no Complexo da Maré, mãe desde os 18 anos e ativista pelos direitos humanos. Ela foi eleita vereadora em 2016 com mais de 46 mil votos, sendo a quinta parlamentar mais votada naquele ano, sua estreia nas urnas.


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