Pouso Alegre

Vereadores visitam pontos de esgoto a céu aberto e questionam Copasa por cobrança de taxa

Magson Gomes / 29 abril 2017

Uma comissão foi criada na Câmara para analisar os serviços prestados pela empresa em Pouso Alegre, como o tratamento de esgoto. O questionamento é se a taxa de coleta e tratamento deveria ser cobrada se o serviço não é prestado para toda população. Copasa diz que casos são pontuais e não justificam suspensão de cobrança.

Morador aponta onde cai o esgoto da casa dele

Roberto Teodoro é morador do bairro Sã Geraldo em Pouso Alegre. A casa dele fica próximo a dique Dois, onde passa um córrego pequeno. E é nesse curso d´água que o esgoto que sai da residência de Roberto é lançado. O morador diz que outras casas também tem o esgoto lançado ao ar livre. “Vai tudo para esse córrego aí, pra esse rio. Não é nada [coletado], olha lá para você ver”, e mostra o esgoto correndo a céu aberto.

Mesmo não tendo o esgoto coletado e tratado, há cerca de cinco anos o morador paga a taxa pelo serviço para a Copasa, que representa 90% do valor da água consumida.

Nessa sexta-feira (28), vereadores acompanhados de engenheiros, diretores e técnicos da Copasa, Polícia de Meio Ambientes e assessores visitaram alguns pontos onde há esgoto sendo despejado em valas a céu aberto. A comitiva passou pelos bairros Jardim Yara, São Geraldo e Árvore Grande.

O presidente da Câmara, Adriano da Farmácia, afirma que o consumidor não deve pagar por algo que não está sendo tratado. “Tem que ser tratado 90% para ser cobrada a taxa. Se tiver faltando 1% não pode cobrar de ninguém”, argumenta o vereador.

O engenheiro da companhia de abastecimento, Tales Mota, justifica que Pouso Alegre é uma cidade muito dinâmica, cresce muito rápido. No fornecimento de água é fácil controlar porque a empresa faz a captação e distribuição, já o esgoto é produzido direto nas residências e lançado nas redes. O engenheiro também diz que a topografia de alguns bairros, como o São Geraldo, complica a drenagem. “Então, entra alguns lançamentos indevidos, pressuriza o sistema, entra areia e obstrui, gerando entupimentos”.

O engenheiro afirma ainda que há problemas de refluxo e não é possível saber de qual imóvel está saindo, ficando difícil suspender a cobrança da taxa. Mota diz ainda que os problemas estão sendo corrigindo.



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